Para o embaixador do Reino Unido no Brasil, Alex Ellis, país caminha para se transformar em superpotência científica
Por Ascom do MCTI
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) firmaram em outubro três acordos de cooperação com o Reino Unido por meio do Fundo Newton, iniciativa britânica de fomento a pesquisa e inovação em países emergentes.
A solenidade de assinatura dos acordos aconteceu durante a 11ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, encerrada dia 19 de outubro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
Anunciado em abril deste ano pelo ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, o Fundo Newton vai destinar ao Brasil 27 milhões de Libras (cerca de R$ 94 milhões) até 2017. O montante será investido em programas que contemplem capacitação, mobilidade acadêmica e pesquisa bilateral. As instituições locais se comprometem a investir recursos equivalentes como contrapartida.
O presidente do CNPq, Glaucius Oliva, assinou dois memorandos, um com o diretor adjunto do Conselho Britânico, Eric Klug, e o presidente do Confap, Sergio Gargioni, e outro com o embaixador do Reino Unido, Alex Ellis. Klug firmou o terceiro documento com o presidente da Capes, Jorge Guimarães. O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Oswaldo Duarte Filho, participou da solenidade, como anfitrião da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2014.
Intercâmbio
De acordo com Oliva, duas das atividades iniciais na parceria do Fundo Newton envolvem o CNPq. A primeira é a realização de uma série de 10 workshops. “Quando se quer promover a interação entre cientistas do Brasil e do Reino Unido, uma boa maneira é escolher um tema, realizar um encontro e reunir lideranças naquele tema, para que as pessoas contem o que estão fazendo”, disse. “E, a partir daí, encontrar interesses comuns entre esses os pesquisadores para depois se desenvolverem em pesquisas conjuntas”, completou.
Financiada por CNPq, Confap e Conselho Britânico por meio do Fundo Newton, a série deve aproximar as comunidades científicas em áreas como agricultura, biocombustíveis, biotecnologia industrial, doenças negligenciadas, fármacos, recursos hídricos e segurança alimentar.
O outro acordo diz respeito a um programa de trabalho partilhado, com chamadas públicas. “O objetivo é identificar pesquisadores dos dois países que estejam interessados em fazer pesquisa conjunta”, explicou Oliva. “O primeiro documento estimula o encontro dessas pessoas enquanto o segundo serve para realmente dar apoio aos pesquisadores para promover o intercâmbio entre seus laboratórios”.
Relevância
Na solenidade de assinatura dos acordos, o embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, destacou que o Reino Unido é uma “superpotência científica”, com 76 prêmios Nobel, 16% dos artigos científicos mais citados do mundo e quatro das seis melhores universidades do planeta. “Mas, quando cheguei aqui, descobri que o Brasil está no caminho, se já não é também uma superpotência científica”, apontou. “É impressionante o aumento de investimento e do retorno desse investimento nas últimas décadas da história do país”, completou.
Na visão de Ellis, Brasil e Reino Unido costumam ser melhores quando trabalham juntos. “A internacionalização da ciência é essencial para superar desafios sociais, que todos temos”, afirmou. “A Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], por exemplo, fruto de investimento brasileiro, hoje está trabalhando com o governo britânico nos países mais pobres do mundo para tentar resolver problemas sociais”, destacou o embaixador britânico.
Capes e Confap
De acordo com Sergio Gargioni, o Confap assinou o terceiro instrumento operacional no contexto do Fundo Newton. “Um deles é uma chamada pública, com projetos tanto na Inglaterra como no Brasil. O segundo foi assinado recentemente em Londres, para apoiar a mobilidade acadêmica. Esse de hoje permitirá a realização de 10 workshops, em parceria com o CNPq, como já disse o Oliva”, disse.
O presidente da Capes informou que o documento assinado com o Conselho Britânico complementa ações conjuntas de projetos de pesquisa e formação de recursos humanos. Segundo Jorge Guimarães, há interesse mútuo em trabalhar na descoberta de fármacos, junto à Universidade de Nottingham, além de áreas como agricultura, água e meio ambiente, com outras instituições parceiras.