Bixiga 70, de São Paulo, estreia em solo britânico. Mauricio Fleury, tecladista e guitarrista, conversa com o Brasil Observer
O ano de 2015 foi especial para quem mora em Londres e aprecia música brasileira de qualidade – e ao que tudo indica 2016 não será diferente! Se neste ano a cidade recebeu shows de nomes consagrados, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, e da nova safra, como Criolo e Emicida, entre outros, no ano que vem a tendência continua, a começar pela vinda do grupo Bixiga 70, de São Paulo, que toca no Rich Mix dia 29 de janeiro.
Misturando influências sonoras da África e da América do Sul, e com um espírito que nos remete à música inconfundível de Fela Kuti, a banda de dez integrantes, criada em 2010, se apresenta no Reino Unido pela primeira vez. E traz o repertório de seus três álbuns lançados até agora – os dois primeiros em 2011 e 2013, e o mais recente em setembro. Este último, aliás, elevou o som da banda a um novo nível graças ao entrosamento do grupo, cujo reflexo é possível notar nas composições, mais coletivas e identificadas com as características de cada membro.
Às vésperas da estreia do Bixiga 70 em solo britânico, o tecladista e guitarrista Mauricio Fleury concedeu entrevista ao Brasil Observer:
Como você define o som do Bixiga 70?
Música brasileira instrumental dançante.
Quão importante é o entrosamento entre os dez integrantes? Vocês já trabalham no automático ou é preciso muito ensaio?
O entrosamento é fundamental, é de onde vem o som. Isso vem sendo trabalhado desde o início da banda para chegarmos num som que tenha uma identidade forte, que seja a cara dos dez integrantes. Ensaiamos todas as terças-feiras desde o começo da banda em 2010. Nos entendemos cada vez mais rápido, mas ainda conversamos muito e nos preparamos para cada passo juntos.
O fato de ser um som instrumental faz com que ele seja mais aceito fora do Brasil ou torna a ‘internacionalização’ mais difícil?
Acredito que torna mais acessível o som pra quem não fala português, pois transcende as barreiras da comunicação verbal.
Qual avaliação você faz dos três discos da banda? Vocês sentem que houve uma evolução no trabalho de vocês? Em qual sentido?
Sentimos uma evolução clara e por isso estamos nos superando a cada álbum. Em diversos sentidos: na forma de uma composição mais coletiva, onde as ideias de cada um são contempladas, e na busca de uma identidade única através da soma dessas ideias. Nossos discos não têm títulos, pois consideramos que esses três primeiros álbuns são a busca de uma identidade, do que significa Bixiga 70.
Qual expectativa para Londres? Que público vocês esperam?
Ainda não sabemos qual público esperar, mas esperamos que eles dancem bastante! Nossa expectativa é a melhor possível, vai ser nossa primeira vez no Reino Unido e estamos ansiosos!
Bixiga 70
Friday 29 January
Doors 8pm
Rich Mix
35-47 Bethnal Green Rd
London E1 6LA
020 7613 7498
www.richmix.org.uk
—