“Minhas estranhezas”. Por G.O.Aragão

Muita vez uso de presunção e tento imprimir certa profundidade quando me disponho a analisar fatos do quotidiano; mas agora dispenso tal presunção e venho apenas revelar minhas estranhezas, de maneira linear, rasa, rasteira acerca do comportamento da sociedade brasileira, na qual estou irremediavelmente incluso; assim posso obter, sem embargo, resposta de qualquer cidadão brasileiro.

• Estranho que um ser eminentemente pensante se recuse a pensar e se torne tão receptivo às ‘verdades’ midiáticas sobre temas tão complexos, até mesmo para quem se dispõe a pensar.
• Estranho, até penso que sei, mas sempre me pergunto: por que este ódio gratuito de parcela considerável da sociedade brasileira em relação aos países Latinos e ao seu povo, especialmente aqueles que tiveram coragem de reagir ao domínio estrangeiro?
• Estranho que pastores que se autodenominam cristãos se vangloriem da morte de alguém e desejem que o “diabo”o leve, por não ser da sua corrente de fé e, muito mais estranho ainda, é que estes pastores apoiam, desabridamente, políticos declaradamente pró tortura e pró ruptura da Constituição Federal e desdenham sobre direitos humanos, embora estejam consagrados em Declaração Universal.
• Estranho que, aos olhos da mídia, é quase unânime o repúdio do povo aos políticos, de maneira generalizada, mas quando um coletivo organizado se lança em defesa dos seus legítimos direitos são logo taxados de baderneiros.
• Estranho que cidadãos tão bem instruídos, do ponto de vista da formação escolar, efusiva e reiteradamente batam palmas para golpistas de antanho, que impuseram um quarto de século de ditadura militar ao nosso País, com o beneplácito de capitalistas antinacionais, e para os atuais.
• Estranho que pessoas tão bem instruídas e informadas não consigam distinguir quão diferentes são: a) Um golpe militar que aniquila seus melhores pensadores para permitir o domínio de potências estrangeiras e b) Uma Revolução que busca devolver ao seu povo os valores da solidariedade, da nacionalidade, da cultura, etc, libertando-os do julgo de déspotas internos e externos.
• Estranho que mesmo uns poucos políticos que adotam posturas nacionalistas em seus discursos, não rompam com este temor de serem rotulados de nazistas, como se nacionalismo fosse monopólio dos Estados Unidos e Israel.
• Estranho mesmo seria eu estranhar que quando políticos golpistas e traidores da Nação se arvoram em divulgar “estatísticas” de assassinatos e torturas praticados pelo “ditador Fidel” estão apenas prestando contas dos seus mandatos aos patrocinadores antipatriotas e aos incautos eleitores que acreditam melhor que sejam “protegidos” por estrangeiros – aves de rapina , no dizer dos Nobres Trabalhistas Brasileiros.

Em fim, são muitos os pontos que me causam estranheza.

>pontos lotéricos.
>pontos de pregação\ arrecadação.
>pontos de bicho
>pontos de vista
>pontos de interrogação. O mais inquietantes de todos.

oh ,povo ingrato
oh, povo solidário
oh, povo frágil
oh, povo ! – quanta presteza, quanta esperteza…

(Rio de Janeiro, dezembro de 2016. Texto de autoria de Geraldo Oliveira Aragão, tio deste blogueiro, publicado originalmente no perfil dele no facebook)

 

Postado por @waasantista, de Curitiba

| Foto acima: autor não identificado/obtida via twitter