Apesar da crise (ops!) do futebol nacional, o Campeonato Brasileiro 2015 tá que tá.
O nível técnico das partidas está longe do ideal, mas dentro das limitações, em cada rodada praticamente todos os jogos têm rendido emoção.
A maioria deles, com estádios lotados.
Gols, bastante até, pra lá e pra cá.
Quando não placares elásticos.
Sobe e desce na tabela de classificação.
Revelação de talentos, redenção de renegados, recuperação de veteranos.
Com a rodada deste final de semana, a 19ª do certame, o Brasileirão chega à sua metade.
Este blogueiro se atreve em fazer sua seleção dos melhores até aqui:
- GOLEIRO – Fábio (Cruzeiro)
- LATERAL DIREITO – Wellington Silva (Fluminense)
- LATERAL ESQUERDO – Douglas Santos (Atlético/MG)
- ZAGUEIROS – Gil (Corinthians) e Durval (Sport)
- VOLANTES – Arouca (Palmeiras) e Elias (Corinthians)
- MEIAS – Lucas Lima (Santos) e Diego Souza (Sport)
- ATACANTES – Ricardo Oliveira (Santos) e Pedro Rocha (Grêmio)
- TÉCNICO – Milton Mendes (Atlético/PR)
Três meses atrás, quando o Brasileirão começou, fizemos um prognóstico.
Dávamos ligeiro favoritismo ao Internacional. O time gaúcho não correspondeu.
Mas incluímos Corinthians e Atlético/MG na sequência, como candidatíssimos ao título.
Estão os dois a, respectivamente, liderar e vice-liderar o torneio.
Aos que apostam em conspiração para colocar o time de Itaquera na dianteira, as três últimas rodadas lhes encheram de argumentos.
Erros da arbitragem, pesados na balança, favoreceram extraordinariamente o Corinthians, direta e indiretamente.
Víamos o Cruzeiro a brigar pelo topo também. Outro que não vingou.
Surpreendeu-nos o Atlético/PR. Quase rebaixado no estadual, entrava no nacional para não cair.
Excelente trabalho do técnico Milton Mendes, revelação da Ferroviária no Paulista da segunda divisão. Porque, fora um goleiro excepcional e o incrível Walter, o restante do elenco do rubro-negro curitibano é regular.
Mas do prognóstico lá do começo o que de fato se confirmou foi a ótima campanha do Sport e a boa, da Ponte Preta. Comentávamos lá atrás que incomodariam. A Ponte, se não tivesse perdido Cajá, poderia estar em posição mais vantajosa ainda.
Quanto ao Peixe, depois de vacilos irreparáveis, esboça reação.
Ficou sem Robinho, transferido para a China; sem o volante colombiano Valência, contundido na Copa América; por muitas rodadas sem Renato no meio campo, e segue sem Chiquinho na lateral esquerda.
Desfalques de categoria e experiência consideráveis.
O Santos tem, por outro lado, o artilheiro (Ricardo Oliveira) e o craque (Lucas Lima) do campeonato.
Portanto, tem a obrigação de se distanciar de vez da zona de descenso.
Agora, objetivos maiores vão depender muito do êxito na Copa do Brasil. Se por lá o caminho estiver mais favorável, a tendência é priorizar essa outra competição.
Bom, até dezembro são outras 19 rodadas.
Para essa metade faltante, a perspectiva é a de que o título fique entre Corinthians e Atlético/MG.
As outras duas vagas para o G4 da Libertadores serão disputadas gol a gol por pelo menos meia dúzia de times. Arrisco a incluir o Sport como favorito a uma delas.
Desesperadora tende a ser a briga para escapar do bocão do rebaixamento.
Dos quatro hoje lá – Goiás, Coritiba, Joinville e Vasco – três devem estar nela ao final. Quais? Não me arrisco a arriscar.
Se continuar nessa toada, o Brasileirão vai ser bem bão.
Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor
| Twitter: @waasantista
| Fotos: Santos Futebol Clube | Postado de Curitiba