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Marcha das Margaridas: brado contra golpe do impeachment marca encerramento

Wagner de Alcântara Aragão - ago 13 2015
Dilma citou trecho de música de Lenine (Foto: Stuckert Filho/Blog do Planalto)
Dilma citou trecho de música de Lenine (Foto: Stuckert Filho/Blog do Planalto)

Com informações de Eunice Pinheiro/Rede Brasil Atual

A 5ª Marcha das Margaridas, que reuniu, segundo os organizadores, em torno de 70 mil pessoas em Brasília nesta quarta-feira, dia 12, terminou no final da tarde com um ato no Estádio Nacional Mané Garrincha.

Além de expor as reivindicações do movimento, a Marcha das Margaridas reiterou apoio à presidenta Dilma Rousseff, diante das ameaças de impeachment articuladas pelos setores mais reacionários da sociedade e da parcela oportunista da oposição ao governo de coalização de centro-esquerda.

A presidenta Dilma participou do ato, proferindo o discurso de encerramento.

Ao chegar, foi recebida com gritos de “Não vai ter golpe” e “Fora Cunha”, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que no exercício do poder tem imposto uma pauta antipopular no Legislativo.

Dilma terminou sua fala citando um trecho da canção “Envergo, Mas Não Quebro”, de Lenine – uma alusão à trajetória de luta das mulheres camponesas e extrativistas, e à biografia dela própria, Dilma.

“E em noite assim como esta, eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida, e nos maus tempos da lida eu envergo, mas não quebro”, disse Dilma, repetindo o trecho da música. “Juntas, nós Margaridas, não permitiremos que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas de nosso país”, emendou.

 

 

PAUTA

Dilma também anunciou para as Margaridas alguns pontos acatados da pauta do movimento e as medidas que serão tomadas.

Como destaque, a presidenta falou sobre a implementação das Patrulhas Rurais Maria da Penha, com o objetivo de combater a violência contra as mulheres. “Teremos tolerância zero com a violência contra as mulheres. Além das patrulhas, capacitaremos 10 mil promotoras legais, por meio do Pronatec, que acompanharão as ações contra a violência”, afirmou.

No setor de saúde, o governo se comprometeu a criar 109 unidades móveis odontológicas para atendimento de trabalhadores rurais, sendo sete dirigidas às áreas indígenas.

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), nos meses de novembro, as trabalhadoras rurais serão atendidas com prioridade. Serão oferecidos exames ginecológicos, mamografias, e vacinas contra HPV.

Além disso, serão aprimorados os protocolos de atendimento e tratamento de intoxicações por agrotóxicos e ataques de animais peçonhentos. O governo vai ainda implementar um programa de redução ao uso de agrotóxicos, uma das principais reivindicações da Marcha das Margaridas.

Sobre as reivindicações no setor de educação, a presidenta informou que até 2018 serão criados 1.200 espaços para creches públicas nas escolas rurais. E sobre o acesso ao crédito, anunciou que será realizada uma revisão dos cadastros e atualização dos perfis já inscritos nos programas do governo.

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Postado de Curitiba