Foz do Iguaçu, o paraíso das águas

brasilobserver - jul 20 2015
BO_30.31_A
Fotos: Zig Koch

(Read in English)

A cidade das Cataratas do Iguaçu é cercada por rios e tem em seu subsolo o segundo maior aquífero do mundo

 

Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, é uma cidade privilegiada pelas águas, que a cercam e são abundantes também em seu subsolo. É em seu território que o segundo maior rio da América do Sul, o Paraná, recebe as águas do Iguaçu, pouco depois dele formar as maravilhosas Cataratas, um fenômeno que a natureza criou há milhões de anos.

Em seu subsolo está o Aquífero Guarani, a segunda maior reserva de água subterrânea do mundo, que se distribui por trechos do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. E há ainda o reservatório de Itaipu, um imenso lago de 1.350 quilômetros quadrados, criado artificialmente no Rio Paraná, para permitir o funcionamento da usina hidrelétrica construída por brasileiros e paraguaios na fronteira dos dois países.

 

CATARATAS

O Rio Iguaçu, que nasce na região de Curitiba, capital do Paraná, atravessa o estado inteiro e, nos últimos quilômetros, no trecho em que faz fronteira com a Argentina, depois de uma curva e de uma corredeira, forma 272 saltos, com desnível médio de 72 metros. As Cataratas do Iguaçu são as maiores quedas do mundo em volume de água – em períodos normais, a vazão é de 1 milhão e 450 mil litros por segundo.

Os saltos se apresentam num semicírculo que lembra uma ferradura e se estendem por 2.700 metros, dos quais 1.900 metros estão no lado argentino e 800 metros em território brasileiro. Para avistar as Cataratas em sua plenitude, é preciso conhecer as duas margens. Do lado brasileiro, é possível até fazer um passeio de barco debaixo delas, com direito a um “banho”, enquanto no lado argentino tem-se a dimensão, vista do alto, da imponência da Garganta do Diabo, o salto mais impressionante do conjunto de quedas.

Toda essa exuberância garantiu às Cataratas do Iguaçu, em 2011, o título de uma das sete novas maravilhas da natureza. A eleição, promovida pela fundação suíça New Seven Wonders, teve votos de internautas do mundo inteiro.

 

PARQUES

Tanto no Brasil como na Argentina, as Cataratas do Iguaçu estão cercadas por parques nacionais. Brasileiros e argentinos mantêm no total mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil hectares de florestas ainda primitivas, que abrigam espécies ameaçadas de extinção, da flora e da fauna.

Estima-se que existam nas matas 800 espécies de borboletas, além de 45 mamíferos, 12 anfíbios, 41 serpentes e 200 espécies de aves. Graças a essa riquíssima biodiversidade, somada à beleza cênica das Cataratas do Iguaçu, o Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, e o Parque Nacional Iguazú, na Argentina, foram declarados Patrimônio Mundial da Natureza pela Unesco.

 

ÁGUA QUENTE

Cercada de rios, Foz do Iguaçu não utiliza os recursos do Aquífero Guarani para o abastecimento de água da população. Mas alguns poucos resorts de luxo oferecem, como atrativo, piscinas de águas termais, que vêm do subsolo a temperaturas em torno de 37 graus.

A água termal, que permanece naturalmente quente o ano inteiro, também possui propriedades medicinais, permitindo banhos a qualquer hora do dia e em qualquer estação.

 

ITAIPU

caminhada . reviver .06.04.08

Responsável por 16% da energia elétrica consumida no Brasil e por 79% do consumo de eletricidade do Paraguai, a usina de Itaipu é o segundo maior atrativo de Foz do Iguaçu, visitada anualmente por mais de 800 mil pessoas. A usina, que em 1995 foi eleita uma das maravilhas da engenharia moderna, pela Sociedade Americana de Engenharia, oferece uma série de passeios, inclusive pelo reservatório, a bordo de um barco de luxo com capacidade para 200 pessoas.

Gigantesca em todos os sentidos, Itaipu desperta interesse não só por sua estrutura física, mas pelo trabalho que desenvolve em relação à preservação ambiental de todo o seu entorno. Desde a criação do reservatório, em 1982, Itaipu já plantou mais de 44 milhões de árvores nas margens do reservatório. Seu principal programa socioambiental, o Cultivando Água Boa, ganhou da ONU, este ano, o prêmio de melhor prática do mundo em gestão dos recursos hídricos.

Mas é nos números que a usina mais impressiona. Sua barragem tem quase 8 quilômetros de extensão e altura máxima de 196 metros, o equivalente a um prédio de 65 andares; o ferro e o aço utilizados na construção de Itaipu permitiriam construir 380 torres semelhantes à Eiffel, de Paris. O seu vertedouro, que tem como função descarregar a água não utilizada para geração, tem capacidade para verter 62,2 mil m³/s, 40 vezes mais do que a vazão média das Cataratas do Iguaçu.

 

PASSEIOS

Desde que foi aberta à visitação, em 1977, quando ainda estava em obras, a Usina de Itaipu já recebeu cerca de 20 milhões de visitantes, pelas margens brasileira e paraguaia. Hoje, os visitantes contam com três tipos de passeios: o Circuito Especial, que permite a visita ao interior da barragem; a Visita Panorâmica, com paradas estratégicas; e o test-drive de veículo elétrico, em que o visitante dirige um carro elétrico montado na própria usina, acompanhado de monitor.

Os outros atrativos de Itaipu são a Iluminação da Barragem, em que a usina é iluminada gradativamente, com uma trilha sonora especial; o Ecomuseu, que traz detalhes e curiosidades da região onde a usina foi construída; o Refúgio Biológico Bela Vista, onde se pode conhecer de perto exemplares da fauna e flora regionais; e o Porto Kattamaram, de onde se pode sair para navegar em um barco de 200 lugares pelo Lago de Itaipu.

 

PARQUE DAS AVES

BO_30.31_C

Outro atrativo imperdível de Foz do Iguaçu é o Parque das Aves, que abriga mais de mil pássaros, de 150 diferentes espécies, algumas ameaçadas de extinção. Com 16,5 hectares de exuberante Mata Atlântica, é o maior parque de aves da América Latina. Mas, contrariando o nome, o parque não abriga apenas aves: ali é também o paraíso de répteis da fauna brasileira, como a jiboia, o iguana, o jacaré e a temida sucuri; e de graciosas borboletas, algumas raras na natureza.

Para os cerca de 500 mil visitantes que o Parque das Aves recebe anualmente, o maior encanto é poder ficar bem perto dos animais. Dá até para tocar numa jiboia e deixar que uma arara, bem mansa, pouse em seu braço, para a foto que ficará de lembrança do passeio.

 

*Este conteúdo foi patrocinado por Itaipu Binacional

BRASIL OBSERVER – EDIÇÃO 29