Uma nova ‘Revolução Industrial’

brasilobserver - mar 19 2015
Entrada do AMRC (Advanced Manufacturing Research Centre)
AMRC with Boeing, University of Sheffield, Advanced Manufacturing Park, Catcliffe, Rotherham. August 2014

(Read in English)

Embraer, ITA e SENAI cogitam parcerias com o AMRC, centro ‘state-of-the-art’ de pesquisa em manufatura avançada que a Universidade de Sheffield opera com a Boeing, visitado pela reportagem durante a Open Innovation Week

 

Por Juliana Resende, de Sheffield, especial para o Brasil Observer*

Quem associa Sheffield às cenas desoladoras e também divertidas dos metalúrgicos desempregados que viram strippers no filme inglês Ou Tudo Ou Nada (The Full Monty, 1997) não está de todo errado. Trata-se de um passado não tão longínquo. Mas vestígios destes tempos de decadência da eterna Cidade do Aço, tão bem explorados no cult vencendor do Oscar, desintegram quando adentramos no admirável mundo novo que um dos mais modernos centros de inovação em pesquisa de manufatura avançada do mundo, o AMRC (sigla para Advanced Manufacturing Research Centre), materializa. Somos uma delegação brasileira de primeira viagem ao local.

Integrada por representantes do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), CNI-MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação da Confederação Nacional das Indústrias) e da Smyowl, startup da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens), a delegação brasileira visitou o AMRC a bordo da Open Innovation Week, evento promovido pela rede de Ciência e Inovação do UK Trade & Investiment (UKTI), órgão de fomento ao intercâmbio do governo britânico, e ficou muito bem impressionada. Afinal, o AMRC é um modelo que pode ser adotado no Brasil.

Richard Caborn e John Baragwanath conversam com delegação brasileira no AMRC (Foto: Juliana Resende)

Richard Caborn e John Baragwanath conversam com delegação brasileira no AMRC (Foto: Juliana Resende)

Encravado no Parque de Manufatura Avançada, o AMRC é um complexo de alta tecnologia de 420 mil metros quadrados – englobando cinco instituições pesquisando de composites para a indústria aeroespacial a próteses de materiais ultra-avançados para o corpo humano, passando por turbinas, drones e robôs.

É numa sessão de realidade virtual mostrando a montagem do tipo ‘next generation’ de um motor que o engenheiro Alberto Xavier Pavim, Especialista em Desenvovimento Industrial do SENAI, mais se entretém. “Meus colegas Marcelo Prim e André Nascimento, também Especialistas em Desenvolvimento Industrial, lideravam a equipe do SENAI (que eu acompanhava) para visitar os potenciais parceiros internacionais britânicos. Nossa viagem visava identificar parceiros de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação que tivessem interesse de trabalho conjunto com os Institutos SENAI de Inovação no Brasil, no escopo de uma chamada especial do Edital de Inovação do SENAI em cooperação com o Newton Fund”, conta Pavim.

“O AMRC muito nos impressionou por sua dimensão e resultados de pesquisa. Observa-se, no local, o efeito positivo e impactante da ação colaborativa entre empresas, academia e demais atores do ecossistema de inovação britânico”, dizem os engenheiros do SENAI. “A infraestrutura disponível no AMRC reflete o estado da arte nas áreas em que realiza pesquisa aplicada, bem como um claro comprometimento das indústrias que integram este ambiente de inovação, via investimento na construção de edificações, plantas-piloto e na compra de equipamentos”, completam, lembrando que o centro conta ainda com iniciativas estratégicas governamentais para suportar seu financiamento.

“No local, pode-se observar, por exemplo, a ação integrada entre Boeing, Rolls Royce e Universidade de Sheffield. Os resultados obtidos neste ambiente de inovação são expressivos e impactam inclusive na atualização do próprio currículo acadêmico da Universidade a que pertence, demonstrando que as ações dos atores do ecossistema resultam num benefício mútuo, com o fim de impactar, em última análise, a sociedade britânica em si”, ressalta o engenheiro Pavim.

REINDUSTRIALIZAÇÃO

Enquanto o resto da delegação segue imerso em realidade aumentada, uma pergunta não quer calar: por que Sheffield? Para começar, aquele lugar de céu de chumbo em que a fumaça das siderúrgicas levou George Orwell a considerar que devesse pleitear o posto de “a cidade mais feia do Velho Mundo”, em 1937, melhorou muito de vida ao se tornar uma das Core Cities, grupo das oito maiores cidades do Reino Unido fora Londres que se ajudam mutuamente, criado em 1995.

Fundada na Idade do Bronze, berço da Revolução Industrial, da banda Arctic Monkeys e do primeiro time de futebol do planeta, entre outras coisas, Sheffield ficou famosa pela qualidade das facas que produzia no século 14. Duzentos anos mais tarde, a então vila saxã que virara um estratégico ponto comercial às margens do rio Sheaf assumiu a liderança mundial na fabricação de talheres. No século 19, Sheffield entrou para a história quando deu ao mundo o processo de produção de aço. No século 20, revolucionou a siderurgia internacional com diversas inovações, como a invenção do aço inoxidável.

Com um passado assim cheio de glórias, é triste imaginar a velha Sheffield como um entreposto de privações, onde a classe proletária já teve seu trabalho nas fábricas comparado à condição de semiescravidão. Nos anos 70 e 80, dias ainda mais cinzentos com altos índices de desemprego assombraram a cidade, devido ao declínio da indústria tradicional dependente do carvão, cujos mineiros protagonizaram greves que encheram Margaret Thatcher de cabelos brancos.

Mas eis que o final do século 20 uma Sheffield-Fênix emerge das cinzas à frente da inovação na área de manufatura avançada de alto valor agregado. Como? Devido a uma consistente política nacional de redesenvolvimento das principais cidades britânicas nos anos 90. A Sheffield dos mineiros-strippers viu, nos anos 2000, sua combalida economia crescer a uma média de 5% ao ano, num cenário em que parcerias da indústria com as universidades de Sheffield e Hallam – da qual saiu a pesquisa fundamental na evolução dos modernos aços de baixa liga e alta resistência, tão essenciais no século 21 – foram e continuam sendo fundamentais.

MODELO EXEMPLAR

O AMRC é um exemplo de como o Reino Unido – que pulou de décimo para o segundo país mais inovador do mundo, segundo o Global Innovation Index de 2014 – está se reindustrializando, apostando principalmente no potencial de regiões fora da Grande Londres. Esse modelo de descentralização dos centros de conhecimento e produção, unindo pesquisa (universidade) e aplicação no mercado (indústria) está sendo replicado em outras regiões e segue inspirando governos, empresas e intuições de diversos países – entre eles o Brasil.

Construído no mesmo terreno que já foi parque de históricos conflitos entre os sindicatos e a polícia do governo linha dura do sucessor de Thatcher, o premiê conservador John Major, o AMRC é “a mais completa tradução de pesquisas de ponta em manufatura de alto valor”, define o vice-reitor da Universidade de Sheffield, Sir Keith Burnett. “O centro é como um ‘departamento independente’ da universidade”, ressalta. E prepara, para o final de 2015, uma impressionante expansão de sua ‘Fábrica do Futuro’.

O AMRC foi apontado como a mola-propulsora da recuperação econômica britânica e colocou a Universidade de Sheffield como principal citada no relatório UniverCities: The Knowledge to Power  UK como referência em fornecer componentes de “high value manufacturing” a multinacionais que, por sua vez, fomentam dois clusters de inovação no local: de Manufatura Avançada e Manufatura Nuclear. São as chamadas Catapultas, financiadas pelo governo britânico por meio da Innovate UK (agência governamental de promoção da inovação e nome de uma das maiores conferências de inovação do mundo que acontece em novembro, em Londres).

O economista Igor Siqueira Cortez, especialista em Desenvolvimento Industrial da Confederacao Nacional da Indústria: "Um mundo de oportunidades aqui a serem exploradas" (Foto: Juliana Resende)

O economista Igor Siqueira Cortez, especialista em Desenvolvimento Industrial da Confederacao Nacional da Indústria: “Um mundo de oportunidades aqui a serem exploradas” (Foto: Juliana Resende)

O AMRC abriga também um Centro de Treinamento, líder na formação de aprendizes avançados para estudo de engenharia e metalurgia – duas áreas em que a Universidade de Sheffield, eleita a primeira em satisfação estudantil em 2014 pelo ranking Times Higher Education, é pioneira. Interessado em trocar experiências, o AMRC possui o Centro de Transferência de Conhecimento que, desde 2012, compartilha com afiliados e mantenedores descobertas e materiais inovadores que serão a base de uma nova revolução industrial.

Segundo os engenheiros do SENAI, “semelhante modelo de pesquisa aplicada e cooperação para inovação” interessa à instituição brasileira, que foca atualmente numa estratégia de sustentabilidade para introduzir novos modelos de negócio de suporte à inovação no Brasil. “Na medida em que a organização está implementando 26 Institutos de Inovação inseridos em um ecossistema nacional de inovação em pleno desenvolvimento, almeja-se construir tais parcerias estratégicas com indústria, universidades, comunidades empreendedoras e demais atores do ecossistema”.

O SENAI, por meio de seus Institutos, busca beneficiar a sociedade, contribuindo para a necessária mudança de patamar tecnológico da economia brasileira. Criado em 1942, pelo então presidente Getúlio Vargas, o SENAI surgiu para atender a uma necessidade premente: a formação de profissionais qualificados para a incipiente indústria de base. Já na ocasião, estava claro que sem educação profissional não haveria desenvolvimento industrial para o país.

‘AVIONICS’

O AMRC nasceu em 2001, fruto de colaborações entre o professor Keith Ridgway – Commander of the Most Excellent Order of the British Empire (CBE) e ainda hoje o pesquisador-chefe do centro – e o empresário local Adrian Allen, que começou a trabalhar com a Boeing para direcionar a pesquisa aplicada na Universidade de Sheffield para novos materiais destinados à aviação. Foram investidos £15 milhões de libras (cerca de R$ 65.5 milhões), com apoio do Fundo Europeu para Desenvolvimento Regional. Em 2004, o complexo começou a expandir.

Hoje, são mais de 200 engenheiros e diversos pesquisadores se revezando em prédios de arquitetura arrojada, prototipando e testando equipamentos de alta tecnologia para as indústrias aeroespacial, médicas e de manufatura de alto valor em geral. Para integrar esse expertise acadêmico com a indústria e a economia locais, foi criado o programa RISE – que engloba uma comissão multidisciplinar para o crescimento de Sheffield (City Growth Commission) e da região (o condado de South Yorkshire) –, no qual a universidade trabalha junto à prefeitura da cidade na criação de empregos e na atração e retenção de cérebros (o campus abriga 26 mil estudantes e staff de 120 países, entre os quais ostenta cinco prêmios Nobel).

Não à toa, o AMRC está sendo apontado por catapultar literalmente a inovação no Reino Unido e sua transformação em negócios, numa cadeia alimentada pela parceria com empresas que têm na tecnologia de ponta seu maior asset. Além da gigante aeroespacial Boeing, potências globais como Rolls-Royce, Unilever, AstraZeneca, Glaxo SmithKline, Siemens e Airbus estão entre as 30 empresas britânicas e transnacionais, além de agências de governos estrangeiros e fundações, que contribuem com o centro.

“Aqui, somos extremamente privilegiados por colocar em prática um trabalho visionário em manufatura avançada, unindo academia, governo e mercado, com abrangência não somente nacional, mas como uma forma de manter a economia britânica competitiva num cenário global”, festeja Richard Wright, diretor-executivo da Câmara de Comércio de Sheffield.

O AMRC é parte de um esforço público e privado, em parceria com a academia e a indústria, que o governo brasileiro pretende replicar por meio do Plano Inova Empresa, com investimento de R$ 32,9 bilhões nos próximos dois anos em inovação e cujo lançamento aconteceu em 2013, meio à reunião geral da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Para o economista Igor Siqueira Cortez, especialista em Desenvolvimento Industrial da CNI-MEI, um dos delegados da Open Innovation Week, “há um mundo de oportunidades aqui [no Reino Unido e no AMRC] a serem exploradas”.

RETOMADA DO CRESCIMENTO

No Brasil, a inovação foi apontada prioridade do governo Dilma Rousseff, visando o aumento da competitividade e unindo pesquisa e mercado na geração de novos negócios nas áreas de saúde, energia, sustentabilidade e indústria aeroespacial. Em outras palavras: a retomada do crescimento. Um dos pilares do programa de inovação brasileiro que recebeu mais elogios de Dilma em 2014 foi o Inova Aerodefesa. O programa tem o objetivo de incentivar a inovação em empresas dos segmentos de defesa, segurança, aeroespacial e materiais especiais por meio de editais administrados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e criada para promover e financiar a inovação.

“O apoio que concedemos para atividades inovadoras se justifica pelo fato de que o país precisa cada vez mais de inovação, tecnologia e conhecimento”, afirmou a presidente, na inauguração do hangar para fabricação do cargueiro KC-390 pela Embraer – que não é uma experiência isolada de sucesso, incluindo geração de empregos diretos e indiretos. No entanto, o caminho para o topo é longo, e depende de constância e comprometimento político, independente do partido que estiver no governo. O relatório da competitividade da CNI Competitividade Brasil mostrou o país em penúltimo lugar entre os 15 mais competitivos do mundo em 2014.

Há conversações entre o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Embraer para desenvolver um parque de pesquisa e produção tecnológico inspirado no AMRC. Familiarizado com negociações com potenciais parceiros brasileiros, o deputado trabalhista Richard Carbon, membro do parlamento britânico por Sheffield e consultor estratégico do AMRC, presente na comissão do centro que recebeu a delegação brasileira, parecia ansioso para ir “straight down to business” (expressão que define bem a cultura dos ingleses, quando o assunto é “ir direto aos negócios”). “Por enquanto, sabe-se que com a seleção do ITA para formar a Unidade EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) de Manufatura Aeronáutica para as Cadeias Produtivas de Aeronáutica de Defesa, as chances reais de parceria com o AMRC aumentam, com fundos de financiamento do governo brasileiro”, acredita Caborn – embora nada ainda esteja oficialmente confirmado.

A UE-ITA proporcionará sinergia com as várias divisões da instituição, será uma unidade núcleo para iniciativas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação com a efetiva participação das empresas e contará com a coordenação técnica do Prof. Dr. Luís Gonzaga Trabasso. Para ele, “a UE-ITA é uma oportunidade de incrementar a integração academia-empresa por meio de mecanismos ágeis de contratação, execução e verificação de projetos de P&D (pesquisa e desenvolvimento)”.

Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas, a EMBRAPII, sendo um órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Educação que atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais, na fase pré-competitiva da inovação, tem o objetivo de estimular o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional – exatamente o modelo do AMRC.

Vale lembrar que o ITA, assim como a Universidade de São Paulo (USP) já formalizaram intercâmbios de staff com a Universidade de Sheffield. Tim Cricks, diretor de Parcerias Internacionais da Universidade de Sheffield, aguarda “uma visita do vice-presidente da Embraer ao AMRC em breve”. Em seu discurso na Embraer, a presidente Dilma listou, na relação de prioridades alavancadas por incentivos à inovação, o sistema integrado de monitoramento das fronteiras terrestres brasileiras, a construção do satélite geoestacionário para comunicações estratégias e o programa de submarinos de propulsão convencional e nuclear.

A construção do submarino nuclear brasileiro, por exemplo, “sofre com a inconstância com que recebe verbas”, lembra o Prof. Dr. Tharcísio Bierrenbach de Souza Santos, professor do FAAP-MBA, responsável pelos cursos de Globalização e Competitividade, Cenários Econômicos, Governança Corporativa e Compliance e Gestão Estratégica de Crises, além de coordenador do curso da instituição específico para jornalistas, o Agenda Brasil. “É preciso foco”, alerta Santos. “E muito mais investimento em educação para que a inovação se desenvolva no Brasil”.

 

FÁBRICA DO FUTURO

Projeção de como ficará o local

Projeção de como ficará o local

O Advanced Manufacturing Research Centre (AMRC) cresce num ritmo acelerado e prepara terreno para expandir a chamada “Fábrica do Futuro”, em operação desde 2010 e tendo a Rolls-Royce (que, segundo o Financial Times denunciou em pleno Carnaval, teria pago propina para fornecer equipamentos à Petrobras) como parceira-chave.

A edição revista e ampliada da “Fábrica do Futuro” será a AMRC Factory 2050, “um grande laboratório de produção englobando várias tecnologias e integrado com várias universidades”, explica o escocês John Baragwanath, ex-engenheiro de comunicações da Royal Air Force e Officer of the Most Excellent Order of the British Empire (OBE) que, como chefe da Unidade de Inovação do condado de Yorkshire, teve um papel importante na fundação do AMRC, ao qual ele se juntou como diretor de projetos em 2005.

Na era dos biocomposites e de novos paradigmas industriais trazidos pela tecnologia, o AMRC aposta na “convergência de todas as áreas”, conforme descreve Baragwanath, para reinventar-se com a Factory 2050 – que ganhou as fundações em fevereiro e promete ficar pronto até o final de 2015. Será o primeiro prédio do novo Campus de Manufatura Avançada da Universidade de Sheffield, que dará ao antigo Sheffield City Airport um propósito inovadoramente revolucionário.

Construção da Factory 2050, a ‘Fábrica do Futuro’

Construção da Factory 2050, a ‘Fábrica do Futuro’

Em março, o AMRC sedia uma convenção internacional sobre o projeto. A julgar pela maquete disponível em um vídeo de animação 3D, trata-se de uma construção de dimensões impressionantes, toda envidraçada, em forma de disco voador, que será a primeira fábrica do Reino Unido totalmente digital a produzir componentes de alto valor diferentes em períodos alternados: por exemplo, turbinas pela manhã, e motores à tarde – tudo de maneira totalmente automatizada, por meio de robótica e realidade virtual.

Projeto de £43 milhões (cerca de R$ 170 milhões), a Factory 2050 será um marco na indústria de manufatura avançada e aposta no conceito de “fábrica reconfigurável”, o que propicia altos níveis de flexibilidade em relação ao que vai ser produzido. O objetivo é atender à crescente demanda de possibilitar rápidas mudanças tanto no design do produto quanto no que está sendo efetivamente produzido. A “Fábrica do Futuro” foi projetada para permitir que máquinas e módulos operacionais se movam pelas suas instalações. Sofisticados sistemas de monitoramento vão catalogar todos os processos gerando um alto volume de informação, que será compilado e usado para maximizar resultados, minimizando o tempo de produção e mantendo alta qualidade.

Toda a operação será por meio de tecnologia verde, sendo sua principal fonte de energia própria e renovável. Somente em sua fase da construção, a Factory 2050 gerou 160 empregos e estima-se a contratação de cerca de 75 técnicos para operá-la, após a finalização. Isso sem falar nos empregos e investimentos indiretos gerados por empresas que vão se instalar na região de Sheffield, trazendo uma estimativa de £6.4 milhões (cerca de R$ 27 milhões) à economia local e contribuindo com cerca de £2 milhões, anualmente, em Geração de Valor Agregado (GVA).

 

*A jornalista Juliana Resende é editora-executiva da agência de PR e conteúdo BR Press, operando em São Paulo e Londres, e visitou o AMRC como gerente de comunicação interina do Consulado-Geral Britânico de São Paulo, a convite da rede brasileira de Ciência e Inovação do UKTI. Email:

 

BRASIL OBSERVER – EDIÇÃO 25