Blog: Rio de Janeiro a Janeiro Voltar a lista de posts

A emoção de pisar na avenida do samba

rosabitt - fev 08 2016
IMG_7841

Por Rosa Bittencourt

É o segundo carnaval que faço cobertura como profissional cadastrada pela RioTur na Passarela do Samba Professor Darcy Ribeiro, o famoso Sambódromo da Rua Marquês de Sapucaí. O primeiro foi em fevereiro de 2013. Foi bacana, mas extremamente cansativo, pois o crachá só permitia circular no início da concentração – de onde partem as escolas de samba – e na Apoteose, onde tudo termina. E neste ano, meus amigos leitores (calculo que vocês sejam 6, talvez um pouco mais, muito mais…), a pisada foi na avenida mesmo: do início ao fim, do fim para o início, das 21h30 de domingo (07/02) até às 5h30 da matina de segunda (08/02), com o colete “imprensa”, que dá o acesso livre.

E lá que o batuque da bateria faz todo mundo arrepiar. Seja a cuíca, o agogô, o reco-reco, o surdo, o repique, a caixa, o chocalho, o tamborim, os tambores, o pandeiro, o apito, seja tudo o que tem uma bateria e seu samba-enredo, tudo contribui para que o desfile seja impressionante visto do chão, ali tête-à-tête com os quase 3 mil integrantes em média, que cada escola leva para a avenida. Tinha hora que esquecia que no colete estava escrito imprensa, e ensaiava alguns passinhos. Não cheguei a levantar os dois dedinhos para o céu, pois daí o mico seria estratosfericamente gigante.

A energia dos integrantes da seis escolas de samba que desfilaram na primeira noite contagia desde os foliões que estão nas frisas (quase no mesmo nível da avenida), nos camarotes e nas arquibancadas.

Mesmo os tímidos turistas estrangeiros que estão ali para ver e aplaudir a beleza da escola e na maoria das vezes não entendem o que se canta, não resistem a um sorriso ou gingado dos passistas. Alguns ficam hipnotizados.

IMG_7825

Turistas na frisa: um olho no desfile e outro no click para fazer a foto.

A primeira escola que entrou no domingo foi a Estácio de Sá. Com o samba-enredo que homenageou São Jorge, retorna para se manter no grupo de elite do carnaval carioca. Na sequência, entraram União da Ilha com os Jogos Olímpicos; Beija-Flor, na sequência com o mineiro Marquês da Sapucaí, que tem seu nome imortalizado no maior palco aberto do mundo, como samba-enredo. As arquibancadas com cerca de 70 mil pessoas se renderam ao samba e a beleza dos carros alegóricos.

IMG_7813

Estácio, primeira escola a desfila no domingo.

Em seguida Grande Rio, que contou a história de Santos e seus grandes personagens como Pelé e Neymar. Também impressionou. Já a Mocidade Independente de Padre Miguel, começou com fôlego o desfile ao colocar dois grandes carros inspirados em Miguel de Cervantes, homenageado pela escola, mas foram justamente esses carros que atrasaram a escola, com problemas técnicos.

Depois da Mocidade, a redenção do público – a exemplo do que ocorreu com a Beija-Flor – foi de total entrega para o samba da Unidos da Tijuca, que encerrou a primeira noite do grupo especial. A Tijuca veio com o tema do solo sagrado e foi praticamente impecável das roupas luxosas aos carros coloridos e perfeitos.

Para esta noite de segunda-feira, o desfile começa com Vila Isabel, Salgueiro, São Clemente, Portela, Imperatriz Leopoldinense e Mangueira. O resultado sai na quarta-feira.