A disputa foi décimo por décimo e, ao final, a Estação Primeira de Mangueira ficou com o título de campeã do Carnaval.
Foram duas históricas noites de desfiles, dos mais equilibrados dos últimos tempos.
Pelo menos quatro, mas até meia dúzia das escolas (metade das que integram o grupo especial) poderiam ter levado o troféu.
A vitória da Mangueira valoriza desfiles que trazem bons enredos e sambas, bem trabalhados e desenvolvidos na avenida, e não apenas fantasias luxuosas e alegorias imponentes.
O público tinha ficado impressionado com o ótimo desfile da Portela. O sambódromo em massa gritou “é campeã, é campeã!” pra escola, inebriado pelos efeitos especiais e encenações ali apresentados pela agremiação. Faltou à Portela, porém, um enredo mais consistente, mais embasado em referências a personagens, a fatos, a elementos da cultura nacional.
Faltou uma boa história, e faltou contar bem essa boa história.
(A Grande Rio, por exemplo, tinha uma matéria-prima riquíssima, mas não soube lapidar)
A Mangueira, não. Não se limitou a apresentar a biografia de Maria Bethânia. Relacionou a vida e obra da artista a características da cultura popular brasileira, como o sincretismo religioso. Expôs isso ao som de um samba-enredo bonito e envolvente.
Depois de 14 anos, a Mangueira é campeã. Confira fotos do desfile, no finalzinho da madrugada de terça-feira, 9.
Por @waasantista, textos e fotos | Postado de Curitiba