Estácio de Sá, União da Ilha, Beija-Flor, Grande Rio, Mocidade e Unidos da Tijuca foram, nessa ordem, as agremiações que se apresentaram na primeira noite dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Como não poderia ser diferente, foi um espetáculo grandioso, a encantar estreantes na Passarela do Samba Darcy Ribeiro, na Avenida Marquês de Sapucaí, e a deixar não menos boquiabertos os mais veteranos de folia.
Terminadas as apresentações (passava das cinco e meia da manhã), inevitável foi tentar apontar favoritas ao título.
Beija-Flor e Unidos da Tijuca parecem ter conquistado ligeira preferência do público.
Mas Grande Rio e União da Ilha não ficaram muito atrás.
O Macuco Blog/Brasil Observer está cobrindo os desfiles, junto com o Rio de Janeiro a Janeiro/Brasil Observer, e enumera alguns destaques da primeira noite.
Acompanhe:
- A tradicional Estácio de Sá, como toda agremiação que retorna ao grupo especial, vem com obrigação primeira se manter na divisão principal. Falando de São Jorge, a escola cumpriu bem esse papel, e foi além: com muita empolgação dos componentes e carros alegóricos caprichados, fez desfile de grande. Menção ainda ao intérprete, Wander Pires, que, puxando muito bem o belo samba-enredo, contribuiu para que a escola evoluísse bem na passarela.
- A União da Ilha chamou a atenção pelas paradinhas da ótima bateria, iniciativa essa fundamental para que o público se empolgasse com a apresentação da escola. Tendo as Olimpíadas como enredo, ousou e abusou da criatividade. Credencia-se a ficar entre as seis primeiras e a desfilar no Sábado das Campeãs.
- Quando Neguinho da Beija-Flor chegou ao primeiro recuo da bateria para começar o esquenta da escola, foi aquele tumulto: todo mundo querendo registrar a presença do maior intérprete dos desfiles, pós-Jamelão. Neguinho da Beija-Flor é um tsunami, e puxador dessa avalanche que é sua comunidade. A agremiação de Nilópolis veio cantando alto, forte e firme, levando com ela arquibancadas, frisas e camarotes. Carros alegóricos e fantasias ricos em detalhes também colocaram a escola, mais uma vez, entre as candidatas ao título. A Beija-Flor contou a história do Marquês de Sapucaí, que batiza a avenida palco da quase totalidade dos títulos da agremiação (oito de um total de 13, fora dez vices).
- Este blogueiro, santista, aguardava com ansiedade a entrada da Grande Rio (foto) cujo enredo – “Fui ao Itororó beber água não achei, mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei” – homenageava sua pátria. Embora evidente a intríscica relação entre a cidade e o futebol, talvez a escola tenha errado a mão e se estendido demais nesse tema, em seu desfile. Nada, porém, muito comprometedor – mais uma vez, é favorita a ficar entre as seis primeiras. A agremiação de Caxias se destacou ainda pelos carros alegóricos luxuosos (o abre-alas, com telões), fantasias vistosas, um samba-enredo que pegou entre o público e a presença de jogadores e ex-atletas do Peixe e de atrizes da Rede Globo. No final, teve um problema de evolução, e correu para terminar o desfile dentro dos 82 minutos máximos permitidos.
- A Mocidade Independente de Padre Miguel veio com carros alegóricos imponentes, com a bateria marcante e um samba-enredo bom. Teve, entretanto, problemas na evolução, por conta da dificuldade de colocar os carros na avenida. O enredo – referências a Miguel Cervantes e seu Dom Quixote De La Mancha mescladas a determinados pontos de vista da conjuntura política e social nacional –, que já não era claro na teoria, na prática ficou mais confuso ainda.
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Postado por @waasantista, do Rio de Janeiro / Foto: Riotur