Até este momento, começo de sexta-feira, dia 17, depois de uma semana dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, o Brasil segue na terceira colocação geral no quadro de medalhas.
Portanto, por enquanto o Time Brasil – como é batizada a delegação brasileira – está alcançando sua meta, qual seja a de terminar o Pan entre as três maiores forças esportivas das Américas.
O Brasil já subiu 61 vezes ao pódio – 18 delas no lugar mais alto, para receber a medalha de ouro.
Nessas ocasiões, ao tocar o hino nacional e a bandeira ser hasteada, tem sido comum os atletas brasileiros prestarem continência.
(É Daniel Paiola, do badminton, quem acabou de explicar em entrevista ao Sportv: o correto não é “bater” continência, sim “prestar” continência)
Isso tem ocorrido porque parte considerável da delegação ou é militar ou tem recebido apoio direto do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Durante a semana, nas redes sociais, ávidas por polêmicas, o prestar continência acabou se tornando uma delas.
Compreensível, afinal os 20 anos de ditadura militar deixaram marcas profundas, feridas que não se cicatrizam. Natural certa aversão ao mínimo gesto que possa remeter àqueles tempos cinzas.
Mas, pensando com calma, o prestar continência de forma alguma simboliza repressão, ou reverência a tempos de tirania, tampouco a opressores.
E é claro que nossos medalhistas não estão prestando continência com esse intuito, nem motivados por uma disciplina alienada.
Trata-se de uma posição de respeito diante de símbolos nacionais, de reverência, aí sim, a esses símbolos. Por tabela, à pátria.
Gosto.
Se for com gosto, por respeito, tomara os que sentirem necessidade continuem a repetir o gesto.
Até porque, deve vir mais, muito mais pódio por aí.
Por Wagner de Alcântara Aragão, santista, jornalista e professor
| Twitter: @waasantista
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