A cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve se reunir com a comissão técnica da seleção brasileira nesta terça-feira, dia 30.
Em pauta, claro, o pífio desempenho do time na Copa América.
Pode ser que a comissão caia, pode ser que não, e vice-versa, ou muito pelo contrário.
Ocorre que nãoo é a queda ou a manutenção de Dunga que vai devolver aos brasileiros a seleção de futebol.
Trocar de técnico mas manter a seleção brasileira prisioneira da Globo, dos patrocinadores e dos empresários de jogadores é mudar para que tudo fique como está.
Como se manifestou o Bom Senso Futebol Clube pelo twitter, o futebol brasileiro precisa de “mudanças profundas”.
Ou seja, mudanças radicais – aquelas que vão à raiz dos problemas.
E origem dos problemas não está no Dunga e seu esquema tático, por pior que este seja.
Qualquer treinador que assumir, no atual modelo, terá de repetir os erros de Dunga, que eram os de Felipão e Parreira.
Quais sejam, insistir em convocações absurdas, para atender a interesses de negociadores. Garantir prioridade à Globo na cobertura e deixar o elenco refém da superexposição, da bajulação midiática em busca de audiência. Preocupar-se mais com as logomarcas dos patrocinadores do que com as cores e os símbolos nacionais.
Acabar com isso ainda não é o suficiente, sabemos.
A subserviência absoluta a interesses terceiros deve ser abolida do futebol brasileiro de um modo geral – dos campeonatos, do calendário, do horários dos jogos, dos direitos de transmissão.
Começando a impor limites a partir da seleção seria um bom começo.
Seria.
Seria porque, com essa cúpula da CBF, é delírio esperar ordem na casa.
Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor | Twitter: @waasantista | Postado de Curitiba