Às vésperas da Páscoa, o Brasil acompanha pela televisão e pela internet o gigantesco incêndio em um terminal de granéis líquidos inflamáveis no distrito industrial da Alemoa, contíguo ao Porto de Santos, o maior do Hemisfério Sul.
As imagens – em fotos e em vídeo – são amedrontadoras.
Os relatos dos santistas denotam o susto enfrentado pela cidade.
Mesmo de bairros distantes, separados da região do incidente por um conjunto de morros de até 200 metros de altura, era possível avistar a nuvem negra de fumaça.
O incêndio começou por volta das 10h desta quinta-feira, 2 de abril, no terminal da empresa Ultracargo.
Segundo o Santaportal, dos 40 tanques que compõem o terminal, quatro foram consumidos pelo fogo.
Até o momento em que este texto foi escrito, não havia notícias de vítimas em estado mais grave.
Que assim seja.
Mas que o susto sirva de alerta.
E que dele se tirem lições.
Uma delas é fazer um verdadeiro pente-fino nas instalações de todos os terminais portuários e retroportuários de Santos – tanto os de líquidos inflamáveis, da mesma Alemoa e os da Ilha Barnabé, como também os de açúcar, de Outeirinhos, e os de grãos, da Ponta da Praia.
Um pente-fino igualmente no Polo Petroquímico de Cubatão.
O Porto de Santos e o Polo Industrial de Cubatão, sabemos, têm importância que vai além dos limites da Região Metropolitana da Baixada Santista.
Pelo porto santista passa, por exemplo, praticamente ⅓ das exportações e importações brasileiras.
Por essa razão, é que outra lição precisa de ser aprendida.
As administrações municipais de Santos e região metropolitana devem se integrar entre si e se articular com as esferas estadual e federal de modo a criar uma força pública preparada para acontecimentos que beirem a catástrofe.
Aliás, seria uma boa Santos se benzer.
Em menos de um ano, já são três episódios de graves consequências: a queda do avião do presidenciável Eduardo Campos, no Boqueirão, em agosto; os temporais em dezembro, que deixaram sequelas em quase toda área insular, em especial na Zona Noroeste; e agora o incêndio na Alemoa.
Apesar dos pesares, uma Feliz Páscoa a todos!
Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor | Twitter: @waasantista
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