Ontem, depois de um bom tempo, tomei um dos trólebus da linha 20, que liga a Cidade ao Gonzaga, em Santos.
Só resta meia-dúzia desses veículos, todos fabricados pela extinta estatal Mafersa, entre 1987 e 1988.
Talvez sejam os últimos exemplares desses carros no país.
Aliás, só em Santos, em São Paulo-capital e no ABC Paulista onde ainda existem trólebus.
A frota lá no planalto tem sido constantemente renovada.
Aqui em Santos, quando o transporte coletivo foi privatizado, em 1997, durante a gestão do então prefeito Beto Mansur (hoje deputado federal, pelo PRB), a promessa era a de investimentos no sistema.
Nada foi feito. Pelo contrário, dos mais de 50 quilômetros de rede área, só sobraram pouco mais de dez, por onde corre a linha 20. O restante foi retirado, a subestações de abastecimento de energia, desativadas.
Até início dos anos 90, Santos tinha, proporcionalmente, uma das maiores frotas de trólebus do Brasil. Eram mais de 50 elétricos, distribuídos em seis linhas – algumas bem extensas, como a 4 e a 8, que ligam a Cidade à Ponta da Praia. Nos anos 80, a tarifa das linhas de trólebus chegou a ser mais barata que a das servidas por ônibus a diesel.
Já falamos sobre isso em post neste blog, há um ano e meio.
Lá ressaltávamos a importância de os investimentos em mobilidade urbana incluírem corredores de trólebus.
São ônibus muito mais confortáveis, quase nada poluentes, e de durabilidade incontavelmente superior à dos veículos convencionais.
Portanto, bem mais sustentáveis que os pesados e barulhentos BRTs que estão sendo espalhados por aí.
Hoje, os ônibus elétricos são também mais modernos tecnologicamente que os de 30, 40 anos atrás. Pouco sujeitos a problemas no meio do trajeto.
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Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor | Twitter: @waasantista
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