O título acima escapa às chamadas convencionais do jornalismo.
Tampouco segue as tais regras de “SEO”.
Não significa, entretanto, que este texto se propõe a ser versado.
Mas por essas ligeiras rimas da manchete se tenta exprimir o que representou o espetáculo ocorrido na madrugada do último domingo, dia 7, na quadra da Vila Isabel.
A escola da terra de Noel Rosa recebeu sua madrinha, a Portela.
Foram quase três horas de apresentações: mais ou menos metade do tempo para a afilhada anfitriã e a outra metade, para a madrinha visitante.
Sambaram pelo chão as passistas, os casais de mestre-sala e porta-bandeira e as baianas de cada escola, todos acompanhados por suas respectivas baterias e puxadores de samba.
As equipes da harmonia e da evolução davam as orientações.
Hinos históricos, os campeões e sambas recentes foram entoados.
Todos na ponta da língua de todos.
O público – a quadra não estava cheia, o que por um lado facilitou o desfile – entrou no ritmo.
No ritmo da festa e do congraçamento.
Sim, porque não foi só um espetáculo de música, dança, arte.
Vila Isabel e Portela fizeram um encontro de confraternização, de troca de gentilezas, de idolatria, de elogios e juras de amor mútuas.
O respeito da afilhada pela experiência e tradição da madrinha.
A admiração da madrinha pelo talento e competência da afilhada.
Caprichosamente, a bateria do celular acabou quando estava a caminho de Vila Isabel.
De modo que não consegui registrar fotos desse histórico momento.
Não tem problema.
Vila Isabel e Portela desde sempre foram as minhas duas escolas de samba do Rio.
Por Martinho da Vila, por Paulinho da Viola, por tanta gente e sabe-se lá por que mais.
Ou melhor, não sabia que sabia.
Passei a saber.
Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor. Twitter: @waasantista
| Foto: Divulgação Portela
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