A disparidade entre o maior e o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) das regiões metropolitanas brasileiras, respectivamente São Paulo e Manaus, diminuiu de 22,1% para 10,3% entre os anos 2000 e 2010.
É o que demonstra o relatório Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, lançado nesta terça-feira, dia 25, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
O indicador é composto por três variáveis: longevidade, educação e renda.
A principal causa desta redução, segundo o relatório, foi a aplicação de políticas públicas adotadas pelo governo brasileiro. “Foram adotadas políticas anticíclicas eficientes, políticas públicas ativas de diminuição da desigualdade, de transferência de renda condicionada e de superação da pobreza e da pobreza extrema”, afirma o texto.
Todas as 16 regiões metropolitanas (RMs) pesquisadas apresentam alto desenvolvimento humano, com IDHM acima de 0,700 e avanços em todos os outros 200 indicadores socioeconômicos levantados. São elas: Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luis, São Paulo e Vitória.
A dimensão educação foi a que mais avançou, em comparação com longevidade e renda, mostra o levantamento.
Em 2000, as maiores diferenças em educação estavam entre as regiões de São Paulo (0,592) e a de Manaus (0,414). Em 2010, as maiores disparidades nesta dimensão ficaram entre São Luís (0,737) e Manaus (0,636). Desta forma, nota-se que a diferença caiu para 15,9% agora, ante 43% antes.
Mas ainda há grandes variações.
Nas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH) com melhor desempenho entre todas as 16 regiões metropolitanas, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo varia de 91% a 96%. Já nas UDHs com pior desempenho, a variação fica entre 21% e 37%.
A partir da análise dos dados é possível concluir que mesmo nas regiões metropolitanas mais carentes, como Manaus e Belém, há “bolsões” com muito alto desenvolvimento humano. O mesmo vale para as RMs com maior IDHM, como São Paulo e a RIDE do Distrito Federal, por exemplo, em que há várias UDHs com baixos níveis de renda e educação.
As regiões que possuíam os menores indicadores cresceram mais rápido do que aquelas em patamares mais altos de desenvolvimento humano, o que contribuiu para a redução da distância entre elas.
Essa diferença no ritmo de evolução do IDHM nas regiões metropolitanas acarretou uma troca nas primeiras posições. Em comparação ao ano 2000, as Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e de Porto Alegre deixaram de figurar entre as cinco com maior Índice de Desenvolvimento Humano. Com um ritmo de crescimento mais acelerado, entraram em seus lugares a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride/DF) e a região metropolitana da Grande Vitória.
Em situação oposta estão as regiões metropolitanas de Recife, Natal, Fortaleza, Belém e, em último lugar, Manaus, que apresenta o menor IDHM entre as regiões metropolitanas pesquisadas.
Mesmo assim, destaca o relatório, as disparidades ainda são grandes entre as regiões. A esperança de vida ao nascer varia, em média, 12 anos dentro das RMs. Se consideradas todas as mais de 9 mil UDHs pesquisadas, das 16 RMs analisadas, o melhor dado corresponde a 82 anos, enquanto o mais baixo é de 67 anos. São 15 anos de diferença em termos de expectativa de vida ao nascer.
O Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras é parte da série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, composto por site e publicação.
Este é o endereço para acessar o atlas: www.atlasbrasil.org.br.
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Postado de Curitiba | Extraído do Blog do Planalto | Acompanhe pelo twitter: @waasantista