Por Rosa Bittencourt
Fotos: Kelly Lima
“Nenhuma mulher a menos”. “Nenhum direito a menos”. “A cada 90 minutos uma mulher é morta no Brasil”. “Pelo fim do feminícidio. “Contraceptivo para prevenir”. Pílula para não engravidar”. “Aborto legal e seguro para não morrer”. “Racismo mata”. Mulheres contra o racismo e pelo bem viver”. “Reforma política – porque o estado é do povo brasileiro”. “Democracia já”. “Fora Temer”.
Cariocas, em greve, acompanhando o movimento que tomou as ruas de muitas cidades em outros países, foram para as ruas no 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres. Ponto de encontro, nos fundos democrático da praça da Igreja da Candelária, Centro histórico do Rio de Janeiro, ficou lotado de mães, crianças, profissionais liberais para protestar contra a política de retrocessos do governo federal. O ato saiu da Candelária e percorreu quadras da Avenida Rio Branco, centro financeiro, e terminou nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Em seus discursos, a palavra das mulheres denunciava o feminicídio e o machismo. No Brasil, estima-se que a cada 3 a 5 mulheres jovens já foram vítimas de relacionamentos abusivos. O país ocupa o quinto lugar entre os países que mais matam mulheres no mundo. O governo federal foi alvo de vaias e palavras de ordem contra reforma da Previdência, que as mulheres serão penalizadas, caso as medidas sejam aprovadas. Mulheres professoras, por exemplo, que pela regra atual podem pedir a aposentadoria aos 50 anos de idade e 25 de contribuição, terão que trabalhar até 15 anos a mais para receber o benefício do INSS, caso seja aprovada a idade mínima de aposentadoria de 65 anos, igual para homens e mulheres, servidores públicos e privados.
Entre os muitos movimentos que participaram do ato estavam partidos políticos como PT, PCdoB, Psol, Pstu, centrais sindicais e coletivos como Associação Brasileira das Mulheres da Imagem, Gangue Rosa, MST, Blogueiras Feministas, Mídia Independente, entre outras.