Há exatamente um ano, em 31 de agosto de 2016, o Senado da República aprovava o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Era o golpe de Estado parlamentar-jurídico-midiático sendo, então, sacramentado.
Creio que nem precisamos de nos justificar pela escolha da palavra “golpe”, no lugar de “impeachment”.
Um ano depois, qualquer brasileiro e brasileira em sã consciência, imune do veneno do ódio, percebeu – caso na época não tenha se dado conta – que se tratava de um golpe.
Uma presidenta eleita democraticamente, sem ter cometido nenhum crime, foi tirada do poder. Por que? Justamente para que aqueles que não conseguiram se eleger democraticamente conseguissem seus crimes cometer.
Seus crimes? Alguns deles, alguns que estão na cara:
- Entrega do patrimônio nacional (pré-sal, estatais e empresas públicas estratégias e eficientes, amazônia)
- Corte nos investimentos públicos (saúde, educação, cultura, ciência, tecnologia, esportes, segurança) para sobrar mais dinheiro para continuar irrigando os poderosos do sistema financeiro, com o bolsa banqueiro (o pagamento dos “juros da dívida pública”)
- Recessão na economia para gerar desemprego e viabilizar o achatamento de salários, a precarização da mão de obra – e garantir mais lucro para os magnatas
- Corte nos direitos trabalhistas para baratear mais ainda a mão de obra e assegurar mais ganhos para o empresariado ganancioso
- Precarização das aposentadorias, com a “reforma” da previdência, pra abrir mais um campo de atuação do sistema financeiro – o de mercado de previdência privada
- De um lado, perdão de dívidas trilionárias de banqueiros e ruralistas, e vistas grossas à sonegação de megacorporações; de outro, cortes no bolsa família, no farmácia popular, e no aumento do salário mínimo.
Reparem como o Brasil melhorou e muito com o golpe.
Rapinas do patrimônio, os especuladores do mercado financeiro, ricaços sem compromisso com a nação, pilantras em geral… para estes o Brasil melhorou e muito com a saída de Dilma.
Era a saída, aliás, pra essa gente. Ou tirar Dilma ou ter que continuar repartindo o bolo com a gentalha.
E, como diz Brizola neste vídeo, as elites aí, bobalhooonas, espertalhonas, desumanas…:
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Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor
| Editor-geral da Rede Macuco (@redemacuco)
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