No discurso dominante, convencionou-se chamar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 de “PEC do Teto dos Gastos Públicos”.
Ou, de maneira mais resumida, “PEC do Teto”.
Tá duplamente errado.
Primeiro: a PEC não põe um “teto” nos gastos públicos, assim com essa conotação positiva.
A proposta CONGELA, por 20 anos (POR 20 ANOS, ATÉ 2036!), aquilo que o governo destina para o serviço público à população – educação, saúde, segurança pública, cultura, esporte, lazer, turismo…
Segundo: a PEC não põe nenhum teto, nenhum limite, naquilo que o governo gasta com os chamados “juros da dívida pública”.
Essa expressão pomposa – ~juros da dívida pública~ – significa, na prática, aquilo que o governo destina de dinheiro ao sistema financeiro, em troca de papéis que esse sistema (bancos, especuladores) compra do governo.
É o “bolsa banqueiro”, como dizia Plínio de Arruda Sampaio.
E não é pouco dinheiro.
De janeiro deste ano à metade do mês de outubro, já foram gastos com ~juros da dívida pública~ mais de 300 BILHÕES de reais, segundo o Jurômetro.
Dinheiro suficiente pra construir mais de 300 mil escolas em todo o país.
Essa dívida pública nunca foi auditada, ou seja, falta uma varredura, um pente fino, pra gente saber exatamente pra quem o país deve, e quanto de fato. Pra gente saber se não tá pagando mais do que deve.
Tudo isso posto, está evidente: não é PEC do Teto. É PEC da Teta (pronuncia-se “têta”).
Sim, PEC da Teta: a PEC que garante a teta pro sistema financeiro por pelo menos mais 20 anos.
Há duas décadas, os bancos no Brasil batem recorde atrás de recorde de lucro.
Com crise ou sem crise, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC estão lá a bater recorde de lucro.
Não é apenas porque têm competentes administradores. É porque têm a teta, a mamata de chupar dinheiro do governo – meu, teu, nosso dinheiro.
Assim até eu, até tu fazemos lucro, né não?
Olha, a PEC 241 foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
No próximo dia 24, vai à votação em segundo turno.
Se você quer pra você, pros seus sobrinhos, filhos, netos um país menos desigual, que ofereça água, luz, esgoto, escola, universidade, hospital de forma universal e digna, dá tempo ainda de barrar essa aberração que é a PEC 241.
Por meio deste site – www.brasil2036.org.br – é possível, de uma vez só, mandar um e-mail pra cada um dos 513 deputados federais, pedindo (exigindo) que votem não. Lá também tem links pras redes sociais dos parlamentares, pra quem preferir esse tipo de comunicação também.
Se você quiser saber mais por que essa PEC 241 é tão trágica, há uma série de entidades, lideranças se manifestando contra e expondo suas razões.
Entre tantas, sugerimos por ora esta manifestação do médico Dráuzio Varella:
Por @waasantista, postado de Curitiba
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