Depois que o Senado da República, com a cumplicidade do Supremo Tribunal Federal (STF), consolidou o golpe do impeachment da presidenta Dilma Rousseff na última quarta-feira, 31 de agosto, de norte a sul do Brasil pipocam atos de rua contra o governo usurpador de Michel Temer.
Assim também se espera para este domingo, 4 de setembro. Na Avenida Paulista, em São Paulo, certamente o mais emblemático deles.
“Fora Temer” tem sido o principal brado dessas manifestações.
Isso ocorre, na verdade, desde maio, quando o então vice assumiu interinamente o comando. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, por exemplo, não houve evento em que mensagem com esses dizeres não fossem expressas.
Sim, #ForaTemer, sem dúvida.
Entretanto, não é, ou não dá pra ser mais, o cerne da questão; a partir de agora isso não basta mais como foco central das mobilizações.
A saída de Temer deve ser pensada como consequência daquilo que precisa de ser a bandeira dos manifestantes – incluindo aí não só os da esquerda, mas de todos os brasileiros insatisfeitos com o atentado à nossa democracia que está em curso.
Uma consciente e consistente mobilização deve ser engendrada para pressionar o quanto antes o Congresso Nacional a aprovar uma emenda constitucional prevendo eleições diretas, e já.
Em paralelo a isso, essa ampla mobilização – reunindo, repito, lideranças dos mais diversos espectros políticos e segmentos da sociedade – deve se voltar também contra os atentados que o governo ilegal planeja executar.
Refiro-me especialmente à entrega do pré-sal às multinacionais, à flexibilização das leis trabalhistas e à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 que congela por 20 anos os investimentos no serviço público.
Porque o golpe foi dado exatamente pra isto: abrir caminho pra entregar o nosso petróleo do pré-sal, pra tornar o Brasil um fornecedor de mão de obra barata e pra sucatear o Estado e privatizar o patrimônio público.
De antemão é bom se dizer: a luta vai ser sob balas, bombas, e ao custo de sangue.
Governo golpista só se sustenta à força. E a repressão de Michel Temer e seus governadores aliados – Geraldo Alckmin em São Paulo o principal deles – já começou e tende a se intensificar.
Tristes, deprimentes e cada vez mais preocupantes os dias que se sucedem.
Mas ‘bora seguir em frente.
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Por @waasantista (texto) e @lindrielli (fotos)
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