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Gastone Righi e Sérgio Sérvulo, que atuaram em lados diferentes no impeachment de Collor, afirmam: pedido de afastamento de Dilma não tem fundamento legal

Wagner de Alcântara Aragão - dez 07 2015
Sérgio Sérvulo da Cunha, destacado na foto, em ato durante o processo de impeachment de Collor, em 1992
Sérgio Sérvulo da Cunha, destacado na foto, em ato durante o processo de impeachment de Collor, em 1992

Semana passada ouvi duas figuras que tiveram atuação importante no processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

As entrevistas foram feitas para uma matéria para a próxima edição do Brasil Observer, a circular nos próximos dias.

Uma conversa foi com Gastone Righi, deputado federal em 1992, pelo PTB, e que presidiu, naquela época, a Comissão Especial da Câmara a qual analisou o pedido de impeachment de Collor, protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

O outro entrevistado foi Sérgio Sérvulo da Cunha, advogado de acusação no processo de impeachment de Collor. Àquela altura, Sérgio Sérvulo da Cunha era filiado ao PSB, e vice-prefeito de Santos (administrada por Telma de Souza, do PT).

Também de Santos, Gastone Righi foi o único deputado a declarar abstenção na votação do impeachment de Fernando Collor. Para o político, não havia razão jurídica para afastar aquele presidente.

 

Gastone_Righi

 

O ex-deputado igualmente critica a tentativa de se impichmar a presidenta Dilma.

“Não há motivo jurídico real. As ‘pedaladas fiscais’, a vida inteira todos os presidentes se utilizaram desse instrumento. O processo de impeachment não é um processo jurídico, é político.”

Sérgio Sérvulo da Cunha denomina “anômalas” as circunstâncias que motivam o processo de impeachment de Dilma.

Primeiro, porque o pedido só foi aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por ato de retaliação deste para com o governo.

Depois, porque as denúncias de corrupção que envolvem Cunha tiram do parlamentar qualquer moral para “aceitar” um pedido de impeachment de Dilma.

Por fim, porque não existe nenhum crime cometido pela presidenta da República.

Aonde tudo isso vai desaguar? O Brasil vai ser sair bem dessa? O que 2016 reserva para o nosso país?

Repostas a perguntas como essas vão estar na matéria. Quando estiver no ar, posto o link no twitter (@waasantista).

LEIA TAMBÉM:

  • Manifesto de juristas contra o impeachment de Dilma
  • Associação de Cientistas Políticos condena tentativa de afastamento da presidenta

Postado por @waasantista, de Curitiba

| Fotos: José Cruz/Arquivo Agência Brasil e perfil de Gastone Righi no facebook