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A queda na popularidade de Dilma e o mito do ajuste fiscal

Wagner de Alcântara Aragão - mar 19 2015
Joaquim_Levy_ministro_fazenda

A popularidade da presidenta Dilma Rousseff despencou em três meses, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira, dia 18.

Aqui neste Macuco tem-se o pé atrás com essas pesquisas, mas daremos uma trégua e lhes concederemos um pouco de crédito.

Diz o Datafolha que atualmente só 13% dos entrevistados aprovam a gestão de Dilma (conceitos bom ou ótimo).

Em dezembro, o percentual era de 42%.

Já tinha caído para 23% em fevereiro.

O que ocorreu para que em tão pouco tempo tantos brasileiros mudassem de opinião?

Olha, além do bombardeio da velha mídia cada vez maior contra Dilma – e antes que alguém diga que isso é desculpa de governista, vai aqui o link do “Manchetômetro” que comprova isso em números -, o que deixou muita gente insatisfeita foi o aumento do custo de vida de dois, três meses para cá.

E esse aumento no custo de vida se deve principalmente ao pacote de “ajuste fiscal” apresentado em janeiro pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O “ajuste” eleva tributos para ampliar a arrecadação da União e impacta diretamente no preço dos produtos. O exemplo dos combustíveis, o mais emblemático – até pelo seu efeito cascata.

O interessante é que o “ajuste fiscal” não é combatido pela velha midiona que tanto bate no governo da presidenta Dilma.

Pelo contrário, é noticiado e “analisado” pelos comentaristas “isentos” e “plurais” como um mal necessário, um remédio amargo, com efeitos colaterais drásticos, todavia inevitável.

Não é bem assim.

O Brasil Observer deste mês traz uma matéria de autoria deste blogueiro que fala dessa conjuntura econômica e política de inquietude, insatisfação e incertezas. Aborda o referido ajuste, ator importante nesse cenário.

Para a matéria, foram entrevistados dois professores de Economia – Fernando Ferrari Filho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Luciano Wexell Severo, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Ambos apontam alternativas diferentes, porém coincidem em ressaltar que o “ajuste” não é o único caminho, nem o melhor.

A matéria publicada no jornal está neste link.

Como a versão impressa tem limitações de espaço, as duas entrevistas precisaram de ser resumidas.

A entrevista completa com Fernando Ferrari Filho está aqui. Nela, o professor questiona o foco no “ajuste” e aponta outras medidas que precisam ser adotadas.

Luciano Wexell Severo, por sua vez, classifica as medidas lançadas pelo ministro Joaquim Levy como “custosas para os brasileiros e covarde para o governo”. Leia aqui.

 

Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor| Twitter: @waasantista

| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

| Postado de Curitiba