Estarrecedora a notícia veiculada nesta quarta-feira, dia 22, pelo jornal A Tribuna: paulistanos, sofrendo com o desabastecimento na metropolitana da capital, estão descendo a Serra do Mar atrás de água, para as necessidades básicas.
A falta de água em São Paulo, como se sabe, não é culpa da estiagem. É culpa da falta de investimentos do governo do PSDB do Estado.
E a ausência de investimentos não decorre de mero erro, incompetência, ou atrapalhada administrativa.
É consequência do neoliberalismo, forma de governar que foi adotada pelos tucanos nos 90, no plano nacional, e que resiste nas unidades da federação onde o PSDB ainda administra.
Sob a ótica do neoliberalismo, é preciso antes de tudo atender às demandas do mercado, porque o mercado “satisfeito” é que garante investimentos.
Então se privatiza tudo – passando à iniciativa privada empresas e serviços inteiros, ou partes, ações, desses empreendimentos públicos.
Foi o que a gestão do PSDB em São Paulo fez com a Sabesp.
Vendeu ações das estatais na bolsa e aplica o lucro da empresa remunerando os acionistas, em vez de direcionar o dinheiro para investimentos.
Quando o PSDB governou o Brasil, ocorreu crise semelhante no país.
Foi em 2001.
Na época não foi água o que faltou. Foi energia elétrica.
Havia, sim, uma estiagem, todavia não era a raiz do problema.
O governo é que tinha privatizado parte do sistema e se retirado de campo. Não investiu em infraestrutura e as empresas privadas, mais preocupadas com a remuneração, tampouco investiram.
Foi a época do apagão.
Iluminação das cidades reduzida, racionamento de energia nas residências.
Luz de velas, antes. Hoje, torneira seca.
É isso o que está em jogo nestas eleições: a “mudança” para o modelo neoliberal, representada pela candidatura de Aécio Neves; ou, com Dilma Rousseff, o aprofundamento das mudanças em curso, do Estado-mínimo para o Estado um pouco mais presente e desenvolvimentista.
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