Clube do Livro: Canaã, de Graça Aranha

brasilobserver - ago 18 2015
book club

(Read in English)

O próximo encontro do Brazilian Bilingual Book Club da Embaixada do Brasil em Londres discutirá Canaã (ortografia original: Chanaan), traduzido para o inglês como Canaan (Boston, EUA, 1920 e Londres, Reino Unido, 1921).

 

Por Nadia Kerecuk*

José Pereira da Graça Aranha nasceu em São Luís, Estado do Maranhão em 21 de junho de 1868. Foi uma criança precoce: terminou o secundário cedo e formou-se um direito em Recife. Iniciou sua vida profissional como juiz de paz primeiro no Rio de Janeiro e depois, em Porto do Cachoeiro, no Estado do Espírito Santo. Foi lá que ele julgou uma jovem mãe imigrante acusada de matar seu próprio bebê, ficcionalizada no seu maior romance, Canaã.

Canaã foi descrito como “romance de ideias” logo após a sua publicação. O Brasil possuía uma política oficial de trazer imigrantes ao país com um objetivo de ocupar e colonizar seu vasto território e, também, repor a mão de obra escrava logo que a Abolição da Escravatura acontecesse. Adicionalmente, diversas “companhias de imigração” particulares apareceram explorando a possibilidade de trazer imigrantes ao Brasil. O narrador oferece uma perspectiva crítica dos efeitos que a chegada de imigrantes criou.

Ganhando reconhecimento de romancista notável brasileiro, o autor de Canaã beneficiou-se de resenhas favoráveis primeiro em Paris. Anatole France (1844-1924) saudou Canaã como “O grande romance Americano”. O The New York Times resenhou Canaã logo após a publicação de sua tradução para o inglês afirmado que “vê a humanidade através do telescópio de filosofia cósmica, como se fosse um bebê dando seus primeiros passos incertos em direção à Utopia”.

Graça Aranha foi também um diplomata, inicialmente sob as asas do notável Joaquim Nabuco. Como seu secretário particular, trabalhou na Embaixada do Brasil em Londres tornando-se um negociador hábil nas capitais europeias. Conheceu bem as correntes intelectuais europeias do período anterior à Primeira Guerra Mundial, tendo conhecido e se correspondido com alguns dos autores mais notáveis da época.

Ao retornar ao Brasil, advogou fervorosamente reformas sociais, políticas e artísticas, tornando-se uma figura líder da Semana de Arte Moderna de 1922, a qual foi aberta com sua palestra “A Emoção Estética na Arte Moderna” no dia 13 de fevereiro de 1922. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 26 de janeiro de 1931.

Descubra mais detalhes aqui.

*Nadia Kerecuk é Coordenadora do Brazilian Bilingual Book Club da Embaixada do Brasil em Londres

 

BRAZILIAN BILINGUAL BOOK CLUB

BO_26.27_C

Quando: 20 de agosto

Onde: Embaixada do Brasil em Londres

Entrada: Gratuita

Info: www.culturalbrazil.org

BRASIL OBSERVER – EDIÇÃO 30