Festa alemã em Copacabana

brasilobserver - jul 17 2014
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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Por Rosa Bittencourt

Copacabana, a princesinha do mar, depois da vitória da Alemanha por 1 a 0 sobre a Argentina, foi tomada por alemães e brasileiros na comemoração do quarto título de melhor seleção do mundo. Os argentinos estavam em maioria, em sua dor, mas as cores vermelha, preta e amarela dominaram a festa na areia, avenidas e botecos do bairro mais famoso do Rio de Janeiro, logo após o fim do jogo.

Argentinos inconsoláveis chegaram a criar confusão nos bairros da Zona Sul. Muitos não suportaram a zoação de brasileiros com o “hino” dos mil gols de Pelé e partiram para briga. Nem a resposta, que o Brasil havia perdido de 7 a 1 para a Alemanha, era o suficiente para diminuir o ânimo de brasileiros para cima dos ‘hermanos’. Não só a turma do deixa disso entrou em campo, como muitos policiais militares, inclusive com gás de pimenta, dissiparam as brigas.

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Nas ruas de Copacabana, antes do início do jogo, o que mais se via eram turistas dos quatro cantos do mundo. Entre eles um casal de estudantes japoneses que, em viagem há cinco meses pela América do Sul, no mês da Copa escolheram o Brasil para fixar moradia por 30 dias. Satomi Hashimoto e Satoshi Nishiama, ambos de 22 anos e de Osaka, torceram pela Alemanha. “É o melhor time”.

Já as duas amigas mexicanas, a psicóloga Dulce Sanchez, 25, e a nutróloga Alexa Schiavel, 28, se dividiram na torcida. “O que mais gostamos nessa Copa foram os jogos, a alegria dos brasileiros e São Paulo e Rio. E hoje queremos ver o melhor futebol em campo, com os melhores da Copa”, disse Dulce, antes de tirar os calçados e desaparecer no meio de torcedores na areia de Copacabana.

Dois amigos sósias de Maradona e Messi desfilaram pela Avenida Atlântica antes e durante o jogo. Com paciência, paravam para os fãs e se deixavam fotografar. O gráfico Gilvânio Oliveira, 52 anos, com sua cabeleira cheia de cachos, era quase um Maradona na avenida. “Virou quase uma segunda profissão. Hoje, já dei entrevista para televisões daqui do Brasil e estrangeiras. E o carinho do público é recompensador”, contou o cearense que há muito tempo trocou Fortaleza pelo Rio. E o ator e roteirista Jefferson Melo, de 24, também distribuiu autógrafos como Messi cover. Ele torcia pela Argentina. “É muito carinho que a gente recebe. É muita festa com turistas daqui do Brasil e de outros países. Temos que comemorar.”

Os estudantes Paulo Jardim, 15, e Gabriel Mattos, 17, com uma bandeira da Alemanha nas costas adotaram o país como segunda seleção (depois da desclassificação do Brasil) e fizeram como muitos brasileiros: “Torcer pela melhor seleção e não importa se nos tiraram da final. Alemanha tem o melhor time”, justificaram.

Duas jovens brasileiras bateram ponto em quase todos os jogos transmitidos pela Fan Fest. As estudantes Tainá Mendel, 16, e Rafaela Malta, 17, moradoras de Nova Iguaçu, contaram que fizeram muitos amigos, foram fotografadas e na final decidiram torcer pela Argentina. Com uma bandeira nas mãos, o que mais fizeram foram selfies, enquanto o jogo seguia no telão da Fan Fest lotada.