Dia destes, em aula, surgiu a discussão sobre a pseudo dicotomia mundo real versus mundo virtual.
Coincidentemente, ultimamente este blogueiro esteve distante das redes sociais da internet – e este Macuco Blog, abandonado, foi a principal vítima da ausência do virtual.
De fato, vida offline e online são indissociáveis.
Mas as impressões, as referências da vida mudam à medida que estamos afastados da esfera digital.
Por exemplo: desconectado, a sensação é a de que a nação está nem aí pra usurpação de que sofre o país.
Nem as aberrações do governo golpista de Michel Temer parecem ter esse impacto, o de aberrações; nem as reações que estão a pipocar parecem ter essa força, de resistência.
É só sensação ou é fato?
A nossa pátria, dormida, está sendo subtraída.
Mas como exigir mais do povo se a vida já é tão sacrificante? Como exigir resiliência da gente que resiste em sobreviver?
Não sabemos a saída, todavia ela temos que buscar.
Vem a calhar o samba-enredo de 1978 da União da Ilha do Governador, “O que será o amanhã?”, que se popularizou e se eternizou na mpb com a versão de Simone.
Quem é que pode imaginar o que será o amanhã do Brasil nas mãos desses vilipendiadores do patrimônio nacional instalados no Governo Temer?
Vejo, em curso, por meio dos vazamentos seletivos e em conta-gotas de conversas grampeadas, um processo de desgaste do governo temerário não em decorrência de um mea culpa dos articuladores do golpe, sim como tentativa de legitimar o golpe propriamente dito.
Resumindo: o objetivo é desgastar Temer e turma, a ponto de o impeachment de Dilma Rousseff não passar – desde que a presidenta volte assumindo o compromisso de convocar eleições.
Nesse meio tempo, estrangula-se Lula e, com a esquerda sem uma liderança de peso, a eleição cai no colo de José Serra.
“Escolhido” pelas urnas, teria legitimidade pra entregar o pré-sal, aprofundar o arrocho, retomar a privataria…
Que este amador realejo esteja equivocado.
Como resposta para o samba da União da Ilha, lutemos para que se faça valer o que diz “Amanhã” de Guilherme Arantes:
Por @waasantista, texto e foto | Postado de Curitiba