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O colchão que amortece a crise e faz com que ela nem de longe seja a pior dos últimos tempos

Wagner de Alcântara Aragão - jan 05 2016
Crise_renda_desigualdade_avancos_Ipea

A economia está em recessão, o desemprego cresceu no último ano e o ambiente político é de guerra. Ingredientes na medida pra em todas as mídias se fazer crer que vivenciamos a pior crise dos últimos tempos.

Verdade pela metade.

De fato a economia está em recessão, de fato o desemprego aumentou e é evidente o clima de terror na seara política.

Só que nos últimos anos o Brasil acumulou uma série de avanços que fazem com que a nação sofra menos hoje, do que em épocas passadas, os efeitos de uma crise, como a atual.

Há um leque de indicadores e uma penca de análises a nos explicar que não, nem de longe a crise de hoje é a mais grave dos últimos anos, das últimas décadas.

Dados de um estudo do Ipea, divulgado em 30 de dezembro, ajudam a deixar esse diagnóstico.

Em dez anos – de 2004 a 2014 -, a pobreza se reduziu no Brasil, diminuiu também a desigualdade social e a educação melhorou.

A combinação desses fatores resulta num colchão que amortece a crise que nos acomete.

Acompanhe mais informações na matéria abaixo, extraída do Portal Brasil:

O Brasil conseguiu reduzir a extrema pobreza em pelo menos 63% entre 2004 e 2014, segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014.

A avaliação está na Nota Técnica Pnad 2014, divulgada no finalzinho do ano passado – em 30 de dezembro, em Brasília.

De acordo com o Ipea, mesmo em 2014, quando começaram a ser sentidos no País os primeiros efeitos da crise econômica mundial, o Brasil permaneceu em “franco processo de mudança social”.

Isso porque a base estruturante desses avanços, que vêm sendo feitos desde 2003, permaneceu em 2014, pelas seguintes razões:

  1. crescimento real da renda do trabalhador e a diminuição de desigualdades
  2. aumento da escolaridade e das condições gerais de vida dos brasileiros
  3. além da redução das desigualdades entre negros e brancos, mulheres e homens, trabalhadores rurais e urbanos.

“Passamos por um ciclo ininterrupto de transformações sociais em dez anos (2004-2014). Todos os dados relacionados às questões sociais têm apresentado melhora e nos permitiram a constituição de um colchão de amortecimento às crises”, pontuou o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, André Calixtre.

O estudo do Ipea é composto de diversas análises sobre temas como desigualdade social, gênero e raça e arranjos familiares.

No primeiro texto, “Desigualdade e Pobreza”, o autor, Rafael Osorio, demonstra que, tanto pelo índice de Gini quanto por outros três índices da família de indicadores de entropia generalizada, as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014.

Índice de Gini

O Índice de Gini é um sistema de cálculo usado internacionalmente para medir o grau de concentração de renda em um em determinado grupo. Valores mais altos desse coeficiente indicam maior concentração de renda.

Numericamente, o índice varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem), em que o valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o valor um (ou cem) representa o extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.

Segundo o Ipea, o índice de Gini do País caiu de 0,570, em 2004, para 0,515 em 2014.

Da mesma forma, a parcela da população em situação de pobreza teve uma redução no período analisado. A queda na taxa de pobreza extrema, de 2004 para 2014, varia de 63% a 68,5%, dependendo da linha de análise utilizada, uma redução média em torno de 10% ao ano.

 

 

Educação

Já a análise feita pelos pesquisadores Paulo Corbucci, Herton Ellery Araujo, Ana Codes e Camilo Bassi trata da evolução de dois indicadores educacionais: média de anos de estudo dos jovens brasileiros e taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais.

A pesquisa mostra que os dados da Pnad 2014 reiteram os avanços obtidos na última década com relação à ampliação da escolaridade dos jovens brasileiros, mas também confirmam a necessidade de maior atenção junto aos segmentos populacionais de maior idade.

Por outro lado, o texto “Breve análise dos dados da Pnad 2014 para o mercado de trabalho” explorou o tema por meio da comparação dos resultados de seus principais indicadores, ao longo dos dez anos. E concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da informalidade e do desemprego foi amplamente favorável no período.

Os dados da Previdência capturados pela Pnad 2014, e analisados por Leonardo Alves Rangel, revelaram que a cobertura previdenciária da população ocupada de 16 a 64 anos e da população idosa (65 anos ou mais), quando considerados todos os beneficiários contributivos e não contributivos, pulou de 63,4%, em 2004, para 72,9%, em 2014, em toda a população ocupada de 16 a 64 anos. Quando se observa somente a população idosa, a cobertura subiu de 89,9%, em 2004, para 91,3% em 2014.

Os dados completos da pesquisa na Nota Técnica PNAD 2014 – breves análises.

Postado por @waasantista, de Santos | Foto: Blog do Planalto

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