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Santos x Palmeiras, uma final que não se repete desde 1959 e o eterno 7 a 6

Wagner de Alcântara Aragão - abr 20 2015
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Santos e Palmeiras disputam, a partir do próximo domingo, o título do Campeonato Paulista 2015.

A última vez que as duas equipes fizeram a final do Paulistão foi em 1959.

(Em 1969 os dois times até ficaram com as duas primeiras posições – o Peixe campeão e o Porco vice -, mas naquele ano a disputa foi num quadrangular final)

Aproveito a deixa para publicar aqui no Brasil Observer um post do Macuco Blog sobre o memorável dos memoráveis confrontos entre o alvinegro praiano de Vila Belmiro e alviverde de Parque Antártica.

O texto é de 28 de abril de 2013:

“Um espetáculo sem reprise

Assistindo ao Santos e Palmeiras deste final de semana reacendeu a vontade de ver o reprise de uma peleja, antiga, de 55 anos atrás: o histórico Santos 7 x 6 Palmeiras, de 6 para 7 de março de 1958.

O Peixe já tinha um timaço e começava a construir a inigualável trajetória vencedora que deu fama planetária ao clube.

Não eram, no entanto, tempos de câmeras digitais e youtube, de modo que os registros audiovisuais daquele embate são escassos.

Restam-nos as histórias contadas pelos protagonistas daquele espetáculo, e entre eles está José Macia Pepe, o Pepe.

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Seo Pepe esteve em Curitiba três anos atrás [2010], em bate-papo no Sesc da Esquina e, claro, entre os causos, falou daquele 7 a 6 do time de Vila Belmiro sobre o do Parque Antártica.

Pepe marcou três, entre eles os dois últimos gols, os que garantiram a vitória praiana.

Do jeitão que só ele sabe contar, Pepe relembrou:

  • O Palmeiras saiu na frente, o Santos empatou, depois o Palmeiras fez mais um, o Santos empatou de novo. Depois só deu Santos.
  • O primeiro tempo terminou 5 a 2 pra gente. No vestiário, no intervalo, o tesoureiro do Santos já fazia as contas para pagar o bicho dos jogadores, já separava os montinhos de dinheiro pro bicho. Pô, com aquele placar, do jeito que a gente tava jogando…
  • Só que o Palmeiras voltou outro pro segundo tempo. Fez três, quatro, cinco; empatou. Fez o sexto, virou. Mas aí fiz dois gols, o do empate [em 6 a 6] e o da virada novamente [7 a 6].
  • Teve gente que sofreu infarto, morreu, não aguentou tanta emoção [a imprensa da época registra que foram cinco mortes].

A parte mais engraçada da história ocorre depois da partida, já em Santos (o jogo tinha sido no Pacaembu). Pepe narrou:

  • Terminado o jogo, voltamos pra Santos. Era de madrugada, fui pegar o ônibus pra São Vicente. Morava em São Vicente e naquela época não era que nem hoje, que jogador tem carro, a gente andava de ônibus.
  • Peguei o ônibus na Praça dos Andradas, o ônibus vinha cheio de trabalhador, do porto, o pessoal voltando trabalho. Sentei do lado de um, que começou me olhar, me olhava, me encarava.. até que perguntou: “ei, você não é Pepe?”.
  • “Sim, sou”. “Vocês jogaram contra o Palmeiras, né?, quanto é que foi o jogo?”. “Sete a seis pra gente”. “Ah, rapaz, deixa de ser mentiroso”.
  • O cara não acreditou. Realmente, era inacreditável.

Em 2010, uma reportagem do Esporte Espetacular resgatou a memória da memorável partida. Confira:

 

Por Wagner de Alcântara Aragão, jornalista e professor | Twitter: @waasantista

| Postado de Curitiba