Integrantes do programa Start-Up Brasil chegam a Londres para participar de semana de tecnologia e conhecer investidores
Cinco startups brasileiras desembarcaram em Londres dia 15 de junho para uma missão internacional. Durante quatro dias, elas participam de um dos maiores eventos de empresas nascentes no mundo, a London Technology Week, para conhecer investidores locais, empreendedores e mostrar seus produtos para possíveis clientes.
Integrantes do Programa Nacional de Aceleração de Startups, ou Start-Up Brasil, essas jovens empresas foram selecionadas a partir de um edital realizado no mês de maio pela Softex, que é a gestora da iniciativa do governo federal – levou-se em consideração o estágio mais avançado do negócio e seu potencial de internacionalização.
Realizado pela primeira vez no ano passado, a semana de tecnologia celebra a posição global de Londres como um viveiro de inovação, de oportunidades para negócios, de empreendedorismo e de talento criativo. Na programação estão desde grandes conferências até oficinas, reuniões com investidores e agenda customizada para cada startup. Em 2014, mais de 40 mil pessoas de mais de 40 países participaram dos 203 eventos realizados em diferentes locais da capital da Inglaterra durante a London Technology Week.
“Essa missão é uma iniciativa do projeto de internacionalização que estamos desenhando para startups. Em Londres, nosso objetivo é apresentá-las ao inovador mercado do Reino Unido, a novos modelos de negócios e metodologias, bem como a novas formas de acesso ao capital, como o financiamento coletivo”, explicou Ney Leal, vice-presidente executivo da Softex, ao portal E-Commerce News.
Vitor Andrade, diretor-gestor do Start-Up Brasil, acompanhará a delegação integrada pela Convenia, plataforma de gestão de recursos humanos; Maxmilhas, plataforma para intermediação da compra e venda de passagens aéreas emitidas por milhas; Emotion.me, central on-line para organização de casamentos; Sistema Hiper, sistema de ponto de venda de alta produtividade para gestão de pequenas e médias lojas de varejo; e Virtual Avionics, que projeta e desenvolve equipamentos e sistemas profissionais para simulação de voo.
Na agenda, além da participação em palestras durante a semana, estão programadas reuniões com especialistas em legislação, incentivos fiscais e impostos para orientação sobre como investir e abrir um negócio no Reino Unido; apresentação de casos de sucesso, sessões sobre acesso ao capital e pitch para potenciais investidores, além de encontros de relacionamento com players locais.
FORTALECENDO O ECOSSISTEMA
Na gestão do Start-Up Brasil desde o início, em 2012, Vitor Andrade concedeu recentemente entrevista ao portal Pequenas Empresas & Grandes Negócios sobre os desafios e o futuro do programa. Para ele, é preciso “fortalecer as startups que estão conosco e aquelas que já passaram”. Até agora, ao todo quatro turmas já foram formadas.
“Como se faz isso? Melhorando continuamente o ecossistema, ou seja, promovendo encontros de empresas com as startups, conectando empreendedores com investidores, conversando com as aceleradoras e, também, aprendendo com os cases de sucesso do exterior”, afirmou Andrade. “Temos que olhar para fora e aprender as lições de quem já passou por todas as etapas do mundo do empreendedorismo. É por isso que estamos indo a Londres. A interação dos brasileiros com os estrangeiros será valiosa para avançarmos em muitos aspectos, alguns que nem conhecemos”.
Vitor Andrade explicou que “a proposta do Start-Up Brasil é capacitar as startups para receber investimento privado” e que esse objetivo já está sendo alcançado. “A primeira turma do programa, graduada no final de 2014, teve 8 milhões de reais de investimento público. Mas os empreendedores, com suas inovações e potencial, foram capazes de captar R$ 14 milhões com investidores”, contou. Trata-se, na opinião de Andrade, de “uma métrica valiosa, pois indica que governo, empreendedores, empresas e investidores estão ganhando”.
Sobre o futuro do programa, o diretor-gestor indicou que a prioridade agora é ajudar empreendedores com boas ideias que estão longe dos grandes centros do país. “Quero o Start-Up Brasil ajudando mais startups do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiro. Locais com excelentes empreendedores, mas ainda minoria no projeto”, disse.
Andrade garantiu ainda que, apesar dos ajustes fiscais promovidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o programa está com o cronograma mantido. “Até o momento não se discutiu cortes de orçamento. Então, vamos continuar com a seleção das startups”. Para ele, “o ecossistema vê na crise uma oportunidade. A gente enfrenta um problema, não? Vamos ajudar as empresas a diminuírem custos, inovar e terem produtos mais baratos. Então, posso dizer, temos um bom momento para resolver as questões do país”.
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