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Plata o plomo?

brasilobserver - Sep 25 2015
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Wagner Moura na pele de Pablo Escobar (Foto: Divulgação)

(Read in English)

 

Por Ricardo Somera

“Já viu Narcos?” é a pergunta do momento em (quase) todas as rodas de amigos. Desde 28 de agosto, data de estreia da série no Netflix, não se fala em outra coisa.

Aqui no Brasil a “grande” questão é o sotaque de Wagner Moura. Ele fala castelhano bem ou não? O que você acharia se um brasileiro fosse interpretado por outro latino? (Quem se lembra do fiasco de Javier Barden em Comer, Rezar, Amar?) Muita discussão, várias opiniões e uma unanimidade: Wagner Moura está incrível na pele do maior narcotraficante que o planeta já conheceu: Pablo Escobar.

Além de Wagner Moura outros brasileiros participam da série. José Padilha (Tropa de Elite e Ônibus 174) é produtor executivo e diretor dos primeiros episódios e André Mattos interpreta Jorge Ochoa, um dos sócios do cartel de Pablo. Outro diretor brasileiro, Fernando Coimbra (O Lobo Atrás da Porta), dirige dois dos melhores episódios da temporada (You Will Cry Tears of Blood e La Gran Mentira). E não podemos deixar de lembra do hermano Rodrigo Amarante, interprete da música de abertura da série, “Tuyo”.

Há muita empolgação com os brasileiros, mas a série é americana, o narrador é americano e foi criada por americanos (Chris Brancato, roteirista de Hannibal, e Adam Fierro, de The Walking Dead).

Algumas coisas que você só aprende em livro de história colombiana ou em Narcos:

– O cartel de Escobar contrabandeava 15 toneladas de cocaína por dia para os Estados Unidos.

– Em 1989 Escobar foi considerado pela revista Forbes o 7º homem mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em mais de 25 bilhões de dólares.

– Antes de ser preso Escobar construiu sua própria prisão (desculpe aí pelo spoiler!).

– Durante uma ocasião em que o narcotraficante teve que ficar escondido em uma choupana nos arredores de uma área montanhosa de Medellín, ele queimou cerca de dois milhões de dólares em dinheiro para poder manter sua família aquecida.

– Além das 800 casas ele também tinha 15 aviões e seis helicópteros.

– Noventa e cinco por cento de toda a cocaína consumida nos Estados Unidos ainda são produzidos na Colômbia. Parte dela distribuída pelo Brasil, o segundo maior negociador mundial da coca.

– Em um comunicado divulgado em setembro, as FARC afirmaram que “o narcotráfico é uma realidade socioeconômica gerada por um modelo capitalista que produz hoje mais de 600 bilhões de dólares por ano”. Estimativas oficiais, no entanto, dizem que o montante total da coca pode ser superior a um trilhão de dólares.

Agora é esperar a segunda temporada – já confirmada – e esperar que toda essa minha empolgação não acabe em pó.

Brasil Observer é um jornal brasileiro publicado em Londres. Leia a edição 31